Poemas: Escrevo/ A dois/ Alguém/ Me perdoa

Hey, seus lindos!
Dessa vez, além dos meus três poemas do mês, há também um surpresa pra vocês. Confiram até o fim, hehe. ;)

Escrevo

Escrevo estes versos pra burlar a chuva

Pra me proteger do ensolarado frio

Pra me fortalecer da tua tortura

E pra melhor apreciar o céu anil.

Faço dos meus versos um escudo

Que me defendem do teu raivoso agouro

Pra soltar meus dedos, não deixá-los mudos

E desenterrar o meu valioso tesouro.

Escrevo histórias para viver outras vidas

Fugir das minhas entediantes sombras

Pra formar a minha própria linha

E não me afogar nas tuas perversas ondas.

Uso minhas histórias para desviar das fraquezas

Pra mergulhar em outros oceanos

Pra inventar as minhas ingênuas certezas

E mostrar o que há debaixo dos panos.

Escrevo, afinal, por Deus me foi permitido

É o meu choro, é o meu desabafo

Escrevo, também, porque necessito

E há quem se encante com o que faço.

Escrevo sem esperar tanto em troca

Talvez a sua emoção, sua constante euforia

Sem receber sequer uma única nota

Pois cada um sabe a maneira que lhe traz alegria.

Victor Victório.

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A dois

A manhã seguia quieta, sem segundas intenções

As pessoas dispersas, em diferentes direções

O sol estava tímido, escondia-se da terra

Não queria ninguém invadindo a sua atmosfera.

Nós dois isolados, como se fugíssemos de uma prisão

Escapando da rotina e de uma insistente inquietação

As nossas energias precisavam se conectar

Não podíamos por muito tempo mais nos distanciar.

Ficamos ali, sentados, contemplando a nós mesmos

Longe dos nossos semelhantes e de tanto desespero

Trocamos confidências soltas e junto ao vento

E o nosso saudoso abraço era de um afeto extremo.

Éramos duas imperfeitas combinações entrelaçadas

Acalmando o tumulto da folia de nossas almas

Elas estavam chorosas, afoitas, pedindo colo

Mas elas se entrosariam, de qualquer modo.

A leveza trouxe seu peso na hora da despedida

Expulsando de dentro a agonia entorpecida

Em um abraço selamos que éramos um só

E o sofrimento se dissolveu, transformou-se em pó.

Victor Victório

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Alguém

O seu nome qual é, meu bem?

Quais as cores que você mais gosta?

De onde é que você vem?

Me conte tudo, se não se importa.

Qual a cor do seu cabelo?

Ele é liso ou cacheado?

Você briga muito com o espelho?

Ou você dispensa comentários?

A sua língua é muito solta?

Ou você é de poucas palavras?

Você se estressa se há na pia louça?

Ou da alegria você é escrava?

E os livros? Você os devora?

Ou não gosta muito de ler?

No cinema você quer pipoca?

Ou só do filme você quer saber?

Qual a sua trilha sonora?

Sobre música eu sei conversar

Ou é de poemas que você mais gosta?

Com as palavras também sei brincar.

Na vida, qual o seu medo?

E a sua maior frustração?

Você guarda muitos segredos?

Permita-se segurar sua mão?

O seu beijo é doce ou nocivo?

Você me abraça bem apertado?

Só não me deixe aqui sozinho.

O meu silêncio tá incomodado.

Você vai tolerar os meus defeitos?

E quando aflorar a minha carência?

O que você quiser, eu aceito

Mas me peça com delicadeza.

Te receberei de braços abertos

Seja lá você quem for

O meu coração quer alguém por completo

Pois nele há excesso de amor.

O que por mim você enfrentaria

Se a gente... Namorasse?

O preconceito de gente mesquinha

Eu enfrentaria com muita classe.

Eu só espero que a gente

Não demorasse a se esbarrar

E numa calma desesperadamente

Eu te espero pra namorar.

Victor Victório.

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Me Perdoa?

Quero chorar no teu colo

e te pedir perdão,

eu me rendo,

 não suporto mais essa solidão.

Sei que esse tempo todo

 você também sofreu,

 a gente se feriu tanto,

 que o amor adormeceu.

Entorpecida pela tristeza,

 procurei de todas as maneiras me afastar,

 mas longe de ti,

 vivia a penar.

Olha pra mim,

 não faz assim,

 me deixa te falar

 que ao lado meu é o teu lugar,

 nunca mais vou te abandonar.

 Cris Acioli.