Poemas: Angústia/ Princesa/ Humanidade
Angústia
O
espelho por si só tanto já não me serve
A
minha voz sozinha já não me basta
A
angústia do vazio agora me persegue
E
quem eu quero por perto agora se afasta.
A
minha paz interior está irrequieta
Ela
muda de ideia, muda de temperamento
Nem
a minha paixão muito me interessa
Torna-se
ao meu lado um mero instrumento.
Preciso
de um rompante que me tire do chão
De
um choque que me feche os olhos caídos
Que
meu corpo se movimente com empolgação
E
que varra de vez todo esse interno conflito.
Mas
do que preciso me escapa em um toque
A
minha vertigem quando nossos rios se banham
Ou
das marcas de minha nuca quando você me envolve
E
do calor das nossas ruas quando elas se espantam.
As
nossas mãos são uma concha que me geravam energia
O
teu sorriso largo acompanhava o meu
E
é isso que eu almejo todos os meus dias
Então me deixe viver ainda no universo teu.
Victor Victório
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Princesa
Ela
me surgiu como uma princesa
Sem
seus os sapatinhos de cristal
Que
num toque iriam se quebrar
E
a carruagem não iria chegar.
Ela
me apareceu feito uma princesa
De
cabelo curto, escuro e sensual
A
neve branca não trouxe a chuva
Por
favor, troque a maçã pela uva.
Você
é composta por encanto
Que
enfeitiçou todo o meu mundo
Venha
aqui, não fica no seu canto
Você
é a minha princesa, eu sou seu vagabundo.
Então
se você é a minha princesa
Eu
te presenteio com três desejos
Ouça
o meu grito rouco de amor
Como
uma fera, pra te causar tremor.
E
se você é a minha princesa
Eu
te acordarei com um singelo beijo
Pra
te libertar desses dias tão ingratos
E
eu serei pra sempre o seu belo sapo.
Você
é a inocência por encanto
Que
transcendeu o tempo nos segundos
Venha
aqui, eu enxugo o seu pranto
Você
é a minha princesa, e eu sou seu vagabundo.
Victor
Victório.
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Humanidade
Como
suportar a inteligência insana
Dessa
massa que diz ser humana?
Por
que multiplicar tanto preconceito?
Vamos
reduzir enquanto ainda há jeito.
Cadê
a coragem pra pedir perdão?
Acolher
as falhas pacifica o coração
Por
que o capital nos roubou a cena?
Pobres
no bolso ou ricos de pena.
Como
entender a mente de um desequilibrado
Se
o nosso peito já está tão desalmado?
Quem
disse que fugir é a escolha certa?
Afogar
a medo é obedecer as regras.
Vamos
orar por aqueles que já partiram
Nas
mãos daqueles que ainda não evoluíram
A
luta pela humanidade está só no início
Antes
que ela mesma pule de um precipício.
Victor
Victório.
Comentários
Seus poemas não precisam de adjetivos.
E muitíssimo obrigada pelo Angústia.