Caetano, Milton e Toquinho
Merecidamente,
ícones da nossa Música Popular Brasileira receberam homenagens em Las Vegas,
nos Estados Unidos, na 13º edição do Grammy Latino, na última quarta-feira.
Milton Nascimento e Toquinho foram os prestigiados na cerimônia de
reconhecimento dos percursos de inúmeros artistas. Segundo o site da UOL, o Prêmio Excelência Musical é distribuído por votação do
Conselho Diretor da Academia Latina de Gravação a artistas que prestaram
"contribuições criativas e de excepcional importância artística no campo
da gravação durante suas carreiras".
E quando digo,
no início do texto, “merecidamente” é porque os três tem mérito ao termo. Por exemplo, o carioca Milton
Nascimento, mas mineiro de coração, tornou-se um dos principais fundadores do
movimento Clube da Esquina, no começo dos anos 70, ao lado dos irmãos Lô,
Márcio e Marilton Borges. Nas esquinas das Ruas
Divinópolis com Paraisópolis eles criaram canções que entraram para
a história da MPB, na companhia, mais tarde, de Flávio Venturini, Beto Guedes,
Fernando Brant. “Maria, Maria”, “Canção da América” e “Nos bailes da vida” são
apenas alguns dos clássicos de Nascimento, que já teve suas obras nas vozes
Maria Bethânia, Gal Costa, Roupa Nova, Chico Buarque, Fafá de Belém, e a sua
musa inspiradora, Elis Regina.
Também
homenageado pelo Grammy Latino deste ano, Antonio Pecci Filho, o Toquinho, é um
dos pioneiros da Bossa Nova. Aprendeu a tocar violão ainda criança com o músico
Paulinho Nogueira e se profissionalizou nos anos 60, em shows no teatro Paramont,
de São Paulo. “Que maravilha” foi seu primeiro sucesso, em 1970, ao lado de
Jorge Benjor. Neste mesmo ano, seguiu carreira com o poetinha Vinicius de
Moraes, os quais produziram clássicos da Bossa Nova, como “Mais um deus”, “A
tonga da mironga do kabuletê”, “O velho e a flor”, além de projetos infantis.
Em suma, cada um
com seu diferencial histórico na nossa música. Muito além da MPB Milton Nascimento segue influencias do
jazz e do jazz rock, como Beatles e Bob Dylan, e tem sua vida registrada no
livro “Travessia: vida de Milton Nascimento” de Maria Dolores. Já Toquinho, vai
muito além da batida e cansativa “Aquarela”, seguindo a um cunho nacionalista
na canção “Made in Coração”, mais inteligente canção do compositor. E debaixo
dos caracóis dos cabelos de Caetano Veloso é mais que um “Sozinho”, chegando a
ser versátil musical e intelectualmente, dividindo o palco com Roberto Carlos a
Ivete Sangalo. Ou seja, o homenageado, na verdade, é o artista ou o público?
Comentários
Realmente seu estilo amadureceu bastante, conservando seu toque pessoal.
Uma homenagem singela porém justa e verdadeira a esses grandes ícones brasileiros, verdadeiras inspirações para o futuro da música nacional.