Pessoal: Canções para um novo começo
Quando me formei em jornalismo, no final de 2011, nem passava pela minha cabeça tentar, anos mais tarde, uma outra graduação. Eu nem imaginava que toda a
novela de trabalhos acadêmicos, provas horripilantes e o famigerado Trabalho de
Conclusão de Curso (TCC) estariam de volta na minha vida. E a partir de hoje eu farei parte de todo esse universo outra vez, mas o curso em questão será Letras, Língua
Portuguesa, na Universidade Federal do Pará (UFPA). Eu meio que vou começar de novo, porém com mais amadurecimento e
com maior certeza do que quero pra mim. É uma nova etapa. Aliás, na nossa
música brasileira há vários exemplos que retratam um tema como esse, de
recomeço.
“Tudo novo de novo”, do carioca Paulinho
Moska, de álbum homônimo de 2003, é uma das obras nacionais que trazem esse
assunto com muita clareza, seja na vida de uma única pessoa ou ao se tratar de
um relacionamento afetivo. O autor inicia a letra nos convidando a “começar”
e “acordar”, denotando essa nova vida com o verso “hoje tem um sol diferente no
céu” ou “vamos mergulhar do alto onde subimos”; ou seja, refazer essa caminhada
com mais força de vontade que antes. O penúltimo verso compara esse recomeço
com uma música, em que se pede para se criar uma nova canção “nem que seja uma
outra versão pra tentar entender que acabou”, afirmando para se fazer bem
diferente da primeira vez, já que escolheu viver um novo começo.
A
inquietude e preocupação do personagem com o seu presente e o seu futuro e a vontade
de tentar uma nova vida estão em “O amanhã” do grupo de rock Detonautas
Roque Clube, no álbum “Roque Marciano”, de 2004. No refrão, os compositores
Rodrigo Netto, Tico Santa Cruz e Renato Rocha mostram que se for para vir com
uma nova atitude que ela realmente valha a pena, e que não faz sentido mentir para si mesmo: “Não
vou mudar em vão/ pra que mentir/ se os dias vêm e vão/ e não me vejo aqui”. “O
amanhã” tem duas versões diferentes: uma com um rock mais pesado e outra, acústica. E tanto ela quanto a “Tudo novo de novo” já fizeram parte de trilha
sonora na Rede Globo. A primeira - assim como outras do Detonautas - esteve em
Malhação, mas especificamente na temporada de 2005; e em 2009, uma série tinha como título e tema de abertura a
canção de Paulinho Moska, que falava sobre a família brasileira, com um casal
que se separava, após anos de casamento, mas ainda se amava e ficavam num
vai-e-vem. Era tudo novo de novo.
Alguns
sabem que minha aprovação em Letras veio através da minha segunda tentativa no Vestibulinho
da UFPA. No ano retrasado eu não consegui a média
para passar, mas fui ao estilo de Paulo Coelho e Raul Seixas e tentei outra vez
no fim do ano passado. Embora eu tivesse uma autoestima bastante fraca, levei com seriedade a mensagem de “Tente de outra vez”, de
1975[1], tendo
“fé em Deus” e “fé na vida”, lembrando que só sendo sincero e desejando profundo
para que se possa sacudir o mundo, além de receber apoio de alguns amigos. Aprendi com ela que quando há algo que realmente
se almeja, não se pode e nem deve desistir, que a “vitória não está perdida” e
tem que ser chato, persistente até alcançar o nosso objetivo, ou o início dele, no meu caso. Comigo deu certo.
E eu espero que com você, na hora certa, também dê. Então, nova fase, assim como toda boa canção, seja bem
vinda.
Comentários
Obs: Amo essas músicas do Detonautas rsrs.