Matéria: Obesidade e as canções que refletem a determinação acerca da saúde
Quem
(além de mim) gosta de abarrotar o prato durante a refeição e não dispensa a
sobremesa? Pois bem, a questão é justamente essa: exagerar na alimentação, sobretudo
quando não é saudável e ganhar uns quilos a mais. Uma pesquisa divulgada pelo
Ministério da Saúde revelou que 52% dos brasileiros estão acima do peso, sendo
que os homens estão com 56,5 e as mulheres com 49,1, de acordo com uma
reportagem exibida pelo SBT BRASIL, no último dia 15. Mesmo sendo um problema
sério, nem todos percebem a proporção, como o entrevistado, que brincou: “Minha
saúde é muito boa, graças a Deus. Talvez por isso a minha alimentação seja
péssima”. Como a obesidade é responsável por 72% das mortes no Brasil, muita
gente já corre para os exercícios afim de evitar doenças graves, como o diabetes e
a hipertensão. Porém, não é tão fácil.
O animado single “Não é proibido”, do álbum ao vivo “Infinito ao me
redor” (2008) de Marisa Monte, retrata a dificuldade de se perder alguns
quilos e se tornar saudável. A letra - da cantora, em parceria com Seu Jorge e
Dadi - cita vários alimentos nada nutritivos, provocando água na boca em quem
ouve a música. “Jujuba, bananada, pipoca, cocada, queijadinha, sorvete,
chiclete, sundae de chocolate”, nos primeiros versos. Só o que
salva dessa lista é a “bananada”. Após elencar outras guloseimas, o personagem convida o
outro para se divertir em uma festa em que tudo é permitido: todo tipo de
comida, bebida, e o que mais vier (se é que você me entende). É tudo livre. Ou
seja, quando se enfrenta um problema de saúde, como a obesidade, e decide
manter uma dieta, a personagem da música não é uma boa companhia para se ter
por perto. Porque a carne é fraca e a meta é saúde em primeiro lugar - ou, como eu dizia para a minha tia, ficar "tchutchuca". Clique aqui par ver a letra.
Aliás,
“Saúde” é uma música de Rita Lee (1981) que aborda justamente o oposto da
primeira: o objetivo da personagem de obter uma vida saudável. A canção de
levada rock, que já foi regravada num estilo acústico com Zélia Duncan, reflete a ideia de alguém que decide largar um vício, seja por comida, drogas, sexo, sei
lá, após tanto ouvir que ela deve cuidar de si antes que surja alguma
doença. Essa força de vontade é explícita no trecho “Eu sei que agora eu vou é
cuidar mais de mim” e mostra a dificuldade que terá em seguir a risca dessa
nova rotina sadia. Com um pessimismo e humor, a personagem afirma que se ela “morrer
do coração”, indicando - metaforicamente ou não - a doença, significa que amou
demais. Volta o bom humor e o positivismo nos ambíguos versos finais: “Mas
enquanto estou viva e cheia de graça/ talvez ainda faça um monte de gente
feliz”, sugerindo convicção quanto à meta ou, quem sabe, desistência da mesma por preferir essa
felicidade, que só existirá se quebrar as regras. Acompanhe aqui a letra.
Por
fim, “Não é proibido” representa a fase difícil ou talvez mais
negativa, em que a pessoa ainda não é forte o suficiente e pode não resistir à
vida festiva e não saudável que leva. “Saúde” vem para provar o oposto: um
período de (uma suposta) determinação. A canção de Rita Lee simula a situação dos
que preferem optar por se restabelecer, já que há casos de indivíduos, como os
que têm obesidade, em que o diabetes pode trazer sérios problemas para a vida
de qualquer um e antes que se agrave. A melhor atitude é trazer a saúde de
volta, mesmo que não seja fácil como se imagina. Na verdade, é claro que não é
fácil, mas depois que se conquista uma melhora, vai se sentir tão bem que só
dirá uma coisa: “Eu quero mais saúde”. Porque quanto mais saúde, melhor.
Comentários
Realmente modificar um estilo de vida é difícil, mas quando a situação aperta, o instinto de sobrevivência é mais forte e, na marra, modificações radicais são facilmente aplicadas. A questão é: vai ser mantida essa nova vida, ou não? Vai ser perene ou efêmera? Aí depende muito mais da força de vontade e determinação do que mero instinto de sobrevivência.
Acredito que a questão não seja deixar de comer coisas gostosas e "proibidas": fast-foods, doces e guloseimas. O principal é não limitar a alimentação a isso, comendo muito mais verduras e legumes do que os deliciosos lanches-rápidos. Equilíbrio!
Parabéns por tratar esse tema tão importante na atualidade, sempre com dicas legais de música boa.
Aguardando os próximos posts!