Entrevista com a youtuber Luisa Borsari (parte 1)
Acho
que alguns de vocês não sabem, mas criei no ano passado um canal no youtube
vinculado com o blog “Outras Palvras”. Só não prossegui com os vídeos porque eu
estava (e ainda estou) com um problema no pulmão e eu não tinha fôlego o
suficiente para prosseguir. E quem foi a minha maior incentivadora a produzir
vídeos na internet, mesmo sem saber, foi Luisa Borsari de Araújo, 13, de São Paulo, do
canal “O Lado Bom”. Aos 11 anos, ela descobriu que teve um tipo de câncer no
sangue, a leucemia. Ela informava aos seus amigos e familiares sobre a sua
doença através do facebook e como as pessoas gostavam muito dos seus textos,
Luisa criou um blog e, em seguida, um vlog com o mesmo nome: “O Lado Bom das Coisas Ruins”,
dedicando-se a essa temática (acesse-o clicando aqui.
Em
entrevista ao blog “Outras Palavras”, Luisa conta que se tornar vlogueira a
ajudou de várias formas: “Era um passatempo. Naquele período, eu não podia
fazer muita coisa por causa da doença. Então, eu mesma gravava, editava e pesquisava cada vez mais sobre o assunto, em casa ou no hospital. E por meio
disso, eu recebi o apoio e mobilização de pessoas do Brasil inteiro”. Ela explicou, também, que as experiências e as pessoas que conheceu foi o lado bom
dessa coisa ruim. “Eu aprendi a valorizar mais a vida; surgiu-me, também, um
caminho para o jornalismo, além do carinho que eu recebi de muita gente”,
listou Luisa. Ela ainda está no 9º ano do Ensino Fundamental, porém já almeja
seguir a carreira de jornalista, e uma das razões é a sua paixão por
informação. “Eu gosto muito de saber de tudo o que acontece no mundo. Adoro
viajar, falar, escrever, e ouço das pessoas que faço esse tipo de coisa muito
bem. Além disso, tenho muito habilidade com redes sociais. Eu curto vários
assuntos, já quis escolher vários cursos e o jornalismo é um curso em que eu
posso falar de todos eles juntos”, explanou Luisa.
Na
visão de Luisa, ela era uma menina completamente “criancinha” antes da
leucemia, que se importava excessivamente com a aparência. “Eu era uma garota
normal, como qualquer outra e, no fundo, continuo sendo a mesma. Mas às vezes
eu nem me reconheço ao me olhar no espelho. Eu mudei em várias coisas, nas
minhas opiniões, inclusive. E eu já ouvi dizer que eu evoluí e amadurei muito
durante esse tempo. Acho que essa foi a maior diferença”, comparou. E apesar de
todo o otimismo, Luisa afirma que houve momentos em que toda a sua fé enfraquecia,
como nos dias em que era internada às pressas. “No início do tratamento foi a
fase mais difícil, porque tudo ainda era desconhecido pra mim e pra minha
família. Lembro que minha mãe dizia que a ignorância é a mãe do medo. Também,
na primeira vez que eu tive uma infecção mais séria. Fiquei com medo e preocupada, pois eu não sabia o que poderia acontecer. Nem sei quantas crises
de choro eu já tive”, relembra.
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