Pessoal: Porque hoje é sexta-feira!

Hoje é sexta-feira. E o que eu vou fazer hoje à noite? Farrear? Não! Vou ficar em casa e (tentar) terminar de ler o livro “Ao cair da noite”, de Stephen King, que minha prima Karine Gemaque me emprestou. Meus dias de farras ficaram lá atrás, em Breves. Mas se algum amigo meu me chamar para tomar uma cerveja, aceito na hora! O engraçado é que nos vinte dias que passei em Breves consegui aproveitar às festas sem ingerir um pingo de bebida alcoólica (mas só porque não tive alternativa). Minha maior vontade era de tomar uma cerveja nas noitadas que estive, mas quando fui a uma balada com a minha mãe, no último fim de semana, essa vontade escafedeu-se. Acho que perdi o costume. Para se divertir, a gente pode extravasar, exagerar e passar dos limites ou apenas ser um sem noção e aproveitar a festa como bem entender. E há duas músicas do nosso rock brasileiro que retratam essas duas diferentes maneiras de cair na gandaia: “Diversão”, dos Titãs e “Sexta-feira”, do Biquíni Cavadão.

Composta por Sérgio Britto e Nando Reis, “Diversão” (vídeo ao lado) foi lançada em 1987 no álbum “Jesus não tem dentes no país dos banguelas” e já foi faixa de vários outros CDs do grupo. A letra é uma representação do modo de como muitos jovens daquele período se divertiam e o que significava para eles essa tal de “diversão”, seja num dia comum ou em uma data comemorativa, sozinho ou acompanhado. Na verdade, atualmente isso ainda acontece, e muito. Para os Titãs, “a vida até parece uma festa” e tudo girava em torno de farra, bebida e coisas bem mais pesadas, em que “às vezes qualquer um faz qualquer coisa por sexo, drogas e diversão”. E eles tinham ciência de que essa prática de “felicidade” era muito arriscada e os levariam a consequências nada agradáveis e esse jeito de se aproveitar a vida era um tanto perigoso e fútil, como admitem nos versos: “Tudo isso, às vezes tudo é fútil/ ficar ébrio atrás de diversão./ Nada disso, às vezes nada importa,/ ficar sóbrio não é solução”. O importante, para eles, era que pudessem se divertir, de um jeito ou de outro.

Enquanto “Diversão” faz alusão ao lado mais intenso e ousado da vida, no sentido literal da palavra, “Sexta-feira”, (vídeo ao lado) do álbum “biquinicavadao.com.br”, de 1998, nos aconselha a aproveitar a sexta-feira, ou a vida como um todo, do jeito que nós preferimos, desde que esteja bem animado. Miguel, Sheik, Álvaro, Bruno e Coelho, os compositores e componentes do Biquíni, iniciam a canção sugerindo: “Escute o que diz seu coração/ não fique em casa nessa sexta-feira./ Tome café com muita Coca-Cola/ Não tenha medo de cair nesta farra”. E quando se trata de ingerir bebidas alcoólicas ou fumar um cigarro, a letra também nos deixa à vontade logo no refrão: “Só fume quando beber/ mas beba quando quiser”. Ou seja, segundo o rock de Biquíni Cavadão, para curtir a “farra” basta querer, o que você faz para que isso aconteça depende unicamente de você. Novamente, o importante é que se divirta, e a única regra é deixar a tristeza de lado.

Sem perceber, eu sigo muito do que há nos versos de “Sexta-feira”. “Dance, mesmo fora do compasso/ cante totalmente desafinado”, recomenda os autores, e eu, como sou um completo perna de pau e minha voz não tem afinação nenhuma, sigo as instruções da música. Tanto é que muita gente que me via em Breves tinha certeza que eu estava bebendo ou até mesmo embriagado, de tão louco que eu estava. Que nada, era só curtição. Mas, seja se embebedando ou simplesmente dançando todo desengonçado e como se estivesse eletrocutado (como eu), divirta-se onde e com quem estiver, e como preferir, rindo, cantando e espalhando euforia por onde for. Em outras palavras: viva! E como diria a música do Biquini Cavadão: “Nunca baixe a cabeça pra nada/ Pois nada vale o preço de uma risada!”   

Letras:

Titãs - Diversão

Biquíni Cavadão - Sexta-feira