Conto: Uma amizade oculta (+18)
Mais uma
fatia de torta de limão. As sobremesas da ceia de Natal preparadas pelos
familiares de Brina, os Dantas, tinham um sabor diferente. Lena se servia da
segunda fatia. Levou à boca a primeira garfada. Mastigou com calma para
responder a Heitor, o primo de sua prima, que a agradeceu pelo presente. No
amigo oculto da família, Lena o sorteou e o presenteou com uma camiseta cinza,
de um enorme Darth Vader segurando um sabre vermelho. A estampa ocupava quase
toda a roupa. Lena e Brina eram primas legítimas, o que não ligava o parentesco
entre Lena e Heitor.
- Que bom
que você gostou. – Lena, contente. – Eu percebi que você gosta de Star Wars e
Brina me contou das suas coleções de camisas. – explicou a garota, comendo mais
um pouco da torta.
- Tenho
várias. – Heitor não disfarçava a empolgação ao retirar a camiseta da
embalagem, depois de secar um copo de vinho – E essa que você me deu é linda!
- Como eu
também gosto de Star Wars, escolhi com o maior prazer. – Lena finalizava a
torta de limão.
- Quer
saber? Vou experimentar agora! – pondo a camisa na embalagem de presente.
- Me diga
se ficou legal. Você pode trocar. – lembrou Lena, quando o primo de Brina já
entrava no corredor.
- Vem
aqui! – Heitor já estava abrindo a porta do quarto, o último do corredor. – Vou
te mostrar a minha coleção. – entrou, deixando a porta aberta.
Lena foi
convidada para passar o Natal com a família de Brina. O convívio com o novo
namorado da mãe atormentava o clima na casa dela. Aceitou, então, o convite.
Elas eram primas por uma parte da família, a Lourenço, porém havia familiares
de Brina que Lena não conhecia, como os Dantas. Heitor era um deles. Era um
primo de sua prima, como se fosse seu. Eles quase não tinham contato. Naqueles
dois dias de dezembro, em que estava hospedada na casa de Brina, Lena quase não
via o rapaz, ele passava pouco tempo em casa. Só se viam à noite, trocavam
poucas palavras. Mesmo pelo pouco diálogo, Lena percebeu que eles tinham gostos
parecidos. Não havia intimidade o suficiente para entrar no quarto dele.
Preocupava-se no que os outros iriam pensar. Mas não havia quase ninguém na
sala, somente o priminho Yuda, brincando com o seu novo Buzz Lightyear como se
tivesse outras crianças na sala. Os outros Dantas estavam no quintal da casa.
Entrou no
quarto e fechou a porta. Lena ficou pasma com a coleção de DVDs do quase-primo.
Uma prateleira com produtos de Star Wars e de outras sagas que ela também era
fã. Heitor era mais nerd que ela. O primo tirou a camisa da embalagem. Pela
expressão de admiração, gostou bastante da camiseta.
- Vou
experimentar agora. – avisou Heitor. Sem avisar, desabotoou a camisa azul de
magas compridas que usava e a deixou na cama, com cuidado. Lena sentiu um leve
tremor nas regiões mais sensíveis de seu corpo ao ver Heitor semidespido. O
peitoral negro, com músculos fartos, braços fortes, a esquentou e lagrimou
suor, apesar do ar-condicionado ligado. Também notou algo no peito esquerdo.
Deveria ser uma tatuagem. Mas o primo logo vestiu a camiseta. O presente coube
perfeitamente nele. Os braços firmes ficaram expostos e a roupa desenhou bem no
peitoral. O cinza e o preto da camiseta combinaram com Heitor. Lena sentiu a
quentura ainda mais atenuada. O coração saltitou ao ver Heitor alargando o
sorriso para ela, imitando poses de modelo em frente ao espelho.
- Ficou
legal? – Heitor perguntou, sorridente.
- Ficou
bem bonito, viu... – Lena respondeu, com uma sinceridade espontânea.
Arrependeu-se assim que se calou. O primo poderia pensar o quê? Embora eles nem
fossem primos de verdade. Era primo de Brina. – Acho que acertei no presente.
- Com
certeza! – Heitor abriu a gaveta e Lena pôde conferir várias camisas com
estampa de Star Wars, Game Of Thrones, Harry Potter, e outras referências nerd de
sucesso. Ela não omitiu a satisfação:
-
Finalmente eu encontrei alguém que goste das mesmas coisas que eu! – Lena
apontou para outra estante. – Você também tem todos os livros! Vendo os seus,
lembro que emprestei o “A fúria dos Reis” (o segundo da saga de Game Of
Thrones) para um colega e ele ainda não devolveu.
- É, por
isso que eu não empresto os meus livros pra ninguém! – ele mirava os dois dedos
para o alto. E, novamente, sem nenhum receio, tirou a camiseta. Lena foi
abraçada por outro fogo. Uma gota de suor escorreria na sua testa, ou em
qualquer outra parte do corpo. A beleza física de Heitor não passou
despercebida quando o viu pela primeira vez, mas por ser primo de sua prima e
os diálogos entre eles serem quase nulos, não sentiu nenhum tipo de atração.
Mas agora, com ele de frente a ela, exibindo o corpo estruturalmente sexy e com
um sorriso voraz, Lena se sentiu prensada na parede.
Heitor já
estava com a camisa de mangas comprimas em mãos, pronto para vesti-la, mas Lena
notou mais uma vez no peito forte dele.
- Isso é
uma tatuagem. É o símbolo das Relíquias da Morte![1] – Lena apontou,
aproximando-se do primo que não era seu primo. Ele não era primo de verdade.
Não tinham laço sanguíneo. Com esse pensamento nas laterais e com a admiração
pelo símbolo de um triângulo com um círculo e um corte reto no interior deste,
e um “Always” escrito no lado de fora, Lena tocou no peito másculo de Heitor. O
olhar dos dois se encontrou.
A
privacidade de Heitor era respeitada ao extremo na casa. Os tios e primos
estavam todos no quintal. Quando o priminho Yuda queria brincar com algum de
seus bonecos nerds, era mais educado que os todos os tios e primos juntos.
Ninguém seria louco de entrar no quarto, o último do corredor, sem bater à
porta. Se isso acontecesse e alguém flagrasse a estranha cena de Lena, a prima
de sua prima, tocando o seu peito nu, haveria o maior tumulto na casa. Ele
afastaria Lena, porém não era o que ele queria. Durante os dois dias de
hospedagem dela, eles tiveram poucas conversas. O presente do amigo oculto os
aproximou. Aproximou-os de um outro jeito, também.
- Vejo
que você também é fã de Harry Potter. – ele espatifou o silêncio no chão e o
espalhou em pedaços.
- Ham? –
Lena pareceu catar os destroços do silêncio. – De Harry Potter, Star Wars, Game
Of Thrones e de outras coisas... Também... Minha mãe reclama todos os dias por
eu ter 29 anos e ser uma nerd tão nerd.
- Ah,
qual o problema? – Heitor segurava a camisa social. Propositalmente ainda segurava. – Tenho 31 e sou viciado
nisso tudo. Tanto faz a idade em ser fã de sagas.
- Você tá
certo. Ah, você já viu “Os últimos Jedi” e “Liga da Justiça”? Eles estrearam há
duas semanas, mas ainda não assisti.
- Ainda
não assisti também. – mentiu Heitor. Foi ao cinema na semana de estreia. E se
Lena fosse realmente fã, já teria assistido e estaria contando uma ínfima
mentira. – Mas a gente poderia assistir junto amanhã? O que você acha?
- Acho
uma boa ideia. – aceitou Lena. Mas o silêncio foi remendado com uma cola
potente. E estraçalhado na parede, em seguida. – É melhor a gente voltar. Antes
que percebam o nosso sumiço.
- Tá.
Mas, só um minuto. – pediu Heitor. Ele tirou um colar de prata que estava numa
caixa escura, dentro do armário. – Vou te dar um presente. Tá novinho.
- Não
precisa. – Lena estava embasbacada. Era um pingente das Relíquias da Morte,
prateado. Heitor notou um “não” vestido de “sim”. “Posso?”, ele perguntou. Lena
assentiu e permitiu que abrisse o colar e o passasse sobre o pescoço dela. Lena
levantou os cabelos, para que Heitor prendesse o fecho do colar. Ele sentiu a
respiração intensa da prima de sua prima. E o cheiro doce dos seus cabelos
negros e curtos. As mãos dela o seguraram na cintura. Isso foi uma deixa.
- Fique
com o colar. – disse Heitor, terminando de trancar o fecho, meio tonto com o
aroma doce vindo dos cabelos de Lena. – É pra você não se esquecer de mim
quando for embora. – trancou.
O olhar
dos dois se encontrou novamente. Os olhos profundamente cor-de-mel de Lena
adoçaram o infinito perdido nos olhos de Heitor. As mãos dela ainda o seguravam
na cintura.
- Eu
posso lembrar de você de outras formas.
Os seios
de Lena se apertaram ao corpo pesado de Heitor. Pelas narinas dela, navegava um
mar de suor e fragrância de perfume masculino. Era cheiro de homem. De macho. O
beijo dele tinha uma violenta fonte de vinho, dos lábios carnudos que possuíam
os seus finos e discretos. O golpe da língua dele na sua a destruiu. Lena o
puxou pela cintura, soltando-a com uma das mãos. Tocou no peitoral negro e
tatuado com força. O tesão a maltratou com aquele toque.
A camisa
social nas mãos de Heitor foi arremessada para a cama. Elas se voltaram para a
blusa vermelha de Lena.
- Posso?
– ele perguntou, com os lábios grossos mordendo a orelha de Lena. Com os olhos
fechados, numa sensação inebriada, tocando as costas robustas de Heitor,
respondeu:
- Deve.
A blusa
foi arremessada e jogada para a cômoda de Heitor. Caiu sobre a caixinha preta
aberta que ele retirou o colar. Lena sentiu o beijo descendo o pescoço,
pausando com mordidas exacerbadas e quentes. As mãos de Heitor alcançaram as
costas de Lena. Ele queria retirar o sutiã.
- Espere.
– e olhou para a porta.
Heitor, o
primo de sua prima a fechou, apressadamente.
A camisa
de manga comprida estava amassada no chão, assim como a camiseta de estampa do
Darth Vaider, debaixo da cama. Heitor se deslumbrava com a bela imagem de Lena
deitada, presa sobre e abaixo dele. Apertava os pulsos dela com força, os
beijos desciam com a mais fervorosa volúpia do rosto ao pescoço discreto da
garota. Entre línguas e dentes, ele passeava na pele de Lena.
- Vou
deixar uma marca em você. – avisou Heitor, sem largá-la o pescoço. Lena o
derrubou num beijo longo e vinhoso.
- Deixe
sua Marca Negra em mim. – com um sorriso sacana.
Finalmente,
o sutiã já não os atrapalhava. Heitor beijou o seio direito de Lena, encostou-o
no rosto e o beijou. Mordeu-o de leve. E o mordeu de novo ao ouvi-la suspirar.
Na barriga saliente de dobras havia uma um sinal de nascença, acima do umbigo,
meio triangular. Heitor tinha tara por sinais. Garotas com sinais de nascença o
diminuíam. Ele o beijou duas vezes. Um beijo carinhoso, um dengo.
Num pulo
da cama, Heitor retirou o cinto.
- Vou te
dar outro presente. – Abriu o zíper. – E esse vai ser bem melhor que o colar
das Relíquias. – baixando a calça e a tirando com os pés.
- Eu
também vou te dar um. – Lena inteirou na resposta, ainda deitada. – E vai ser
ainda melhor que a camisa. – e se calou com um beijo de Heitor. Ele usava uma
cueca box preta. A força bruta do pênis venceria a cueca se Heitor não se
despisse logo.
Heitor
estava fissurado nos perfeitos seios de Lena, que imploravam para sentir a
língua dele novamente. O primo de Brina estava alucinado com o sinalzinho acima
do umbigo, com o corpo nada e totalmente perfeito de Lena. Heitor afastou os
cabelos curtos dela e a beijou na nuca. Ela estava sem fôlego de tanto tesão
com o corpo másculo de Heitor. Um cara de sorriso safado como o dele é o que
toda boa mulher merece ter. A tatuagem no peito, as mãos pesadas que a
confortam no mais sufocante deslizar de dedos e seus lábios no pescoço dela.
Estava entregue.
- Se
prepare, minha nerd... – ele sussurrou, beijando-a nos lábios. – Porque você é
minha agora. E ninguém vai te salvar de mim. – mordendo-a os lábios.
- Use a
sua força. Porque eu não quero ser salva. – Lena o beijou. Beijaram-se a
madrugada toda. E tiveram o melhor presente de Natal quer poderiam receber.
A família é nossa fonte de inspiração (ou não), seus lindos! E a minha inspiração tem sido o ótimo feedback que recebo com o blog e o livro Inseparáveis. Graças a vocês, leitores, o Outras Palavras está alcançando 100 mil acessos! Quando isso acontecer, vou gravar um vídeo pra comemorar e agradecer. Será num estilo tag: deixem nos comentários do blog ou do facebook todas as dúvidas/ curiosidades que você têm quanto aos meus contos, poemas, resenhas, livro, enfim, tudo o que eu escrevo. Vou responder no vídeo de 100 mil! Agora, se você gostou do texto, não esqueça de deixar o comentário aqui ou no facebook e divulgar. Tá, okay, gatíssimos?
Agora, bora ser feliz!
[1]
Símbolo referente a um aspecto da história de Harry Potter, no último livro, o
“Harry Potter e as relíquias da morte”.
Comentários
O que foi isso? Natal tudo de bom. li e reli, gostei e digo parabéns lindão, sucesso e mais sucesso é o que te desejo... Agora vamos correr atrás desses 100 mil acessos.. #tamojunto!
Hahahahaha
Vc se inspirou em mim pra construir o personagem Heitor né, pode confessar ;) kkkkkkkkkk
Amei as referências, amei tudo.
Bem nerd, e o li pertinho do dia do orgulho nerd hahahaha.
Por mais contos assim, Victor.
Abraçosssss