Pessoal: ROCK WILL NEVER DIE (show)

Essas duas últimas semanas que passei em Breves me trouxeram um leque de satisfações.  Apesar da cidade não ter vivenciado seus dias de maior movimentação, como seria típico no mês de julho, pude aproveitar bastante ao lado de amigos e familiares, mas, como obedeço às ordens médicas, com equilíbrio e sem excesso. Ou seja, farra era uma alternativa descartada. Ou quase. Pois pude desfrutar desses dois dias de Marajó Folia (carnaval fora de época) sem ultrapassar os limites que me foram estabelecidos – e isso eu devo muito ao meu amigoirmão, Jackson Pastana, que me manteve afastado do sufoco e possibilitando uma outra divertida visão da festa, e, claro, aos amigos do grupo Sunshine, que foram parceiros e peças fundamentais para nossa permanência por mais dois dias na cidade. E além de muito axé e sertanejo, meus ouvidos e coração comemoram, também, ao som de muito rock internacional.
Breves é muito rica e eclética quando se trata de música e a banda Major Lock é uma das principais corroborações disto. Ela já cumpriu, por anos, o objetivo de trazer à população o melhor do pop rock nacional e internacional, mas ficou parada durante um tempo em decorrência de alguns problemas internos. No entanto, a Major Lock retornou no sábado, 26/07, na Boate A3, e dessa vez com um novo repertório e formação: Sinara Costa, como vocalista; Miagi Junior, o único integrante da primeira equipe, no vocal e baixo; Jackson Pastana, que também já fez parte da banda, na guitarra; Jesseias Santos, nos teclados e José Neto, o Netinho, na bateria, presentearam os antigos e novos fãs com clássicos do pop rock internacional.
De U2 à Roxette, Bon Jovi a Pink Floyd, a Major Lock conseguiu com que a boate A3 entrasse em êxtase com cada música tocada, sem exceção. Com canções de décadas variadas, do rock clássico como “Hotel Califórnia” do Eagles ou a balada romântica “Yellow” do Coldplay, ou até mesmo a dançante “Get Lucky” do Daft Punk feat Pharrell Willians, a Major Lock não trabalhou como cover, mas como intérprete, que é ainda mais interessante e favorável a eles e o público. Eles não saíram da essência das músicas - e nem deveria - porém contribuíram com uma maneira singular de defendê-las, de modo que um adulto de quarenta anos se envolvesse com o som assim como um jovem de dezoito. Isto é, duas gerações opostas se encontravam no mesmo tempo e espaço sem se estranharem, pois a Major Lock trouxe contemporaneidade e vigor em cada hit tocado, abraçando aos fãs de todas a idades.
Foi explícito que a Major Lock se influenciou na renomada Markinho e Banda, de Belém, para voltar com destreza aos palcos. Markinho vem no mesmo estilo, até um pouco mais diversificado, e com um enorme e merecido sucesso na capital há muitos anos. Mas os músicos brevenses foram além dos belenenses, proporcionando a todos um rock com mais autenticidade e personalidade, que tiveram sucesso em interpretar grandes canções dos anos 80, assim como as mais recentes. Essa influência está clara no repertório, explanando e alternando entre baladas românticas e clássicos do rock, como “Heaven” do Brian Adams, "Dust in the wind" do Scorpions, "Rosana" de Toto, "Sultans of swing" com Dire Straits ou “Another brick in the wall” do Pink Floyd. Embora, algumas vezes, deixassem o público mais jovem com água na boca. Afinal, ouvir apenas uma “Yellow” do Coldplay não tenha sido o suficiente e teria sido mais dinâmico se listassem outros sucessos da banda britânica, da mesma maneira que selecionaram quatro do U2. Mas isso, pelo visto, foi o de menos.
O trabalho do guitarrista, baixista e tecladista, respectivamente, Jackson Pastana, Miagi Junior e Jesseias Santos não era a maior novidade para o público, por serem figuras reconhecidas no meio musical da cidade há anos. Na verdade, os três foram melhores do que já se esperava que fossem, ainda que o destaque tenha ficado, de fato, para o som forte da guitarra de Jackson Pastana. E mesmo com a dificuldade de se entender o que ela cantava ao iniciar de algumas músicas, Sinara Costa também brilhou no vocal, principalmente com “It must have been Love” e “Listen to your heart” de Roxette, em que ela soltou a voz e deu a público uma bela interpretação. Contudo, quem surpreendeu realmente foi o jovem baterista, o Netinho, de apenas quinze anos, que estava habituado ao ritmo mais pesado, como o heavy metal, e tocou com talento e fervor os clássicos do rock internacional.
Num sábado à noite com três diferentes tipos de festa como opção na cidade de Breves, a A3 abrigou um público seleto de pessoas, e que se alucinava com cada música executada pela Major Lock. Talvez tenha sido a melhor apresentação da banda, com um repertório vasto, uma roupagem ímpar e a dedicação e o suor em cada nota musical. Breves necessita que um som de qualidade como esse continue e se prolongue por anos e anos. E, para isso, eles têm um projeto de homenagear Legião Urbana e Pink Floyd em um tributo e espera-se que não fique apenas na intenção, porém que se concretize. Os ávidos por uma boa música agradecem. De verdade.

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