Pessoal: Nostalgia Musical Brevense (01)

Banda Calypso, Cia. do Calypso e Banda
Sayonara são algumas das bandas de bregas que já marcaram presença em Breves inúmeras
vezes e no caso dessa última, o brega é mais romântico, de dançar mais
coladinho, de influência latina, e sem o bate-cabelo da Joelma. A maioria das letras é de um eu-lírico apaixonado, que sofre por um amor fracassado e/ ou
que vai dar a volta por cima. Por exemplo, eu dei a volta por cima (mentira) e
te digo que “Quem não te quer sou eu, meu coração dilacerou/ e tudo se perdeu, você teve a chance de ter um romance, mas machucou, magoou, morreu...”[2] ou eu
admito a fossa e peço que “antes que a tristeza e a saudade/ matem de uma vez
meu coração, volta amooor”[3]. Ouvir essas
músicas deve fazer muito brevense lembrar de uma noitada do Papy Dance Club (nos
tempos áureos) e/ou na Casa da Seresta – até porque quase todo ano a Banda
Sayonara está em Breves -, onde você puxa a “pequena” pra dançar ao som de “Você
nem sequer pensou em mim/ você nem sequer pensou em nós/ você foi muito egoísta,
sim/ você só pensou em siiii...”[4].
Há bregas mais agitados, de letras sem
sentido algum (“Agora tudo o que eu quero é dar a minha "baladeira"
por ai com uma "libreira" qualquer”[5]), mas a vibe é mais romântica hoje - se quiser
chamar de “sofrência”, fique à vontade. - O fato é que temos bregas com
letras marcadas no romantismo. Você pode, por exemplo, pedir pra voltar pro/ pra “ex” assim: “Grito por seu nome sem parar, sem saber onde vou/ te amo e peço
pra voltar, pelo nosso amor”[6]. Ou você
diz à pessoa que tem algo diferente no ar, ela vai perguntar o que é e você dirá:
“Está no ar e vou declarar todo esse sentimento que até hoje guardei por você...”[7]. Ou se,
de repente, você tá tão desesperado(a), deixe o espírito de “malaco jurunense”
te incorporar – musicalmente, claro – e diga pro “crush”: “Eu sou ladrão/ Eu
sou ladrão, meu bem, e vou roubar o seu coração”[8]. Mas se você não tá a fim de ninguém e quer mais é que o grudento(a) saia do seu pé, então
cante pra ele(a): “Problema é seu por ter se apaixonado por mim/ bem que eu
avisei que eu sou assim desligada”[9]. Tá, vou
parar. Até porque tá dando vontade de beber e não tem ninguém pra tomar uma
comigo...
Eu saí de Breves, mas Breves não saiu
de mim. Vim pra Belém repentinamente para morar com a minha tia e meus primos e
estudar no Sophos. Pensei que eu não faria amizade nenhuma e não ia me dar bem
no meu novo colégio. Enganei-me bonito. A saudade que eu tinha dos meus amigos
e da família era imensa e eu sofria com isso. Hoje, eu moro
com a minha mãe e irmã em Belém, mas ainda tenho amigos e familiares em
Breves. Então, motivos para passar as férias lá não me faltam. E cada vez que
ouço um brega eu me empolgo, começo a dançar (tudo errado) e cantar daquele meu
jeito esquisito e autêntico de ser que fazem as pessoas rirem de mim, principalmente se for um brega que não se
ouve mais com frequência. Como por exemplo, tente ler sem incluir o ritmo: “Eu sou
brasileiro/ brasileiro da Amazônia/ brasileiro sonhador/ Sou brasileiro e do
Pará tenho tempero/ de Belém eu tenho cheiro, sou Norte com muito amor...”[10]. Aliás,
essa música, especificamente, me lembra da época em que eu estudava no Colégio
Santo Agostinho, quando a antiga Banda Dom Supremo a tocava e o colégio todo
ia à loucura. Mas isso já é história para uma outra postagem... ;)
Não esqueça de deixar seu comentário aqui em baixo :)
[1]
SOLIDÃO. Banda Sayonara.
[2]
QUEM NÃO TE QUER SOU EU. Banda Sayonara.
[3]
VOLTA MEU AMOR. Banda Sayonara.
[4]
TARDE DEMAIS. Banda Sayonara.
[5]
ME LIBERA. Nelsinho Rodrigues.
[6]
PALAVRAS. Marcelo Wall.
[7]
ESTÁ NO AR. Banda Fruto Sensual
[8]
MELÔ DO LADRÃO. Wanderley Andrade
[9]
O PROBLEMA É SEU. Banda Floresta Nativa
[10]
LA MAZON. Edilson Moreno.
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