Crônica musical: breves dias nostálgicos


Gatíssimos, duas canções pra vocês conhecerem. A primeira é da banda Outroeu, de Nova Iguaçu, formada em 2016 para participar do reality show Superstar, da Rede Globo. No programa, apresentaram composições autorais. Uma delas foi Coisa de Casa, composta pelos integrantes Mike Tulio e Guto Oliveira. Com uma levada pop, inicia-se com acordes de violão para, de cara, te sequestrar. A musicalidade de Coisa de Casa me entusiasma, e a letra é o que me fisga a reflexão. O próprio título já denota: trata daquilo que, para muitos, é o mais precioso. Nossa casa. Nosso lar. Nosso cantinho.


Versos de Coisa de Casa (veja o clipe ao lado ou clicando aqui) pode te remeter a cenas do cotidiano, com a família, como um bolo de chuva, a cama arrumada, os avós... Mas é preciso criar asas. A estrofe Sai de casa sempre assim que der/ mas sai sem esquecer que a sua casa é sempre aqui me lembra quando saí de Breves, em maio de 2006, e vim morar aqui em Belém. A saudade da Tv. Castilhos França, nº 1295 era imensurável. Por mais afetuosos que fossem meus primos e tios, nada se comparava à minha casa, onde minha mãe e irmã ainda moravam. Muitos amigos/ parentes, assim como eu, também foram para outras cidades para estudar. Contudo, ao contrário de mim, após a formação superior, vários voltaram a residir em terras brevenses, já que é onde seus familiares vivem. Até porque, Breves é aconchegante demais para não retornar, seja nas férias ou em feriados aleatórios. Coisa de Casa finaliza com um conselho:

Sair de casa é só pra quem quer
Pois a coragem anda a pé
E vai te levar pra longe.

A outra canção é Pearl, do carioca Rubel (veja o clipe ao lado ou clicando aqui). O álbum homônimo, lançado em 2013, recebe esse nome por ser uma casa em Austin, no Texas, onde o músico morou, em 2011. Lá, de acordo com o site Armazém de Cultura (2014), ele "encontrou diversos músicos e com a ajuda deles compôs e gravou sete músicas para tentativa de contar sobre os meses que passou por lá". Pearl é acompanhada pelo violão, com a voz calma e meio rouca de Rubel. Uma mistura de POP e MPB. Tranquila e sensível. “Ter” é o verbo que mais se repete na canção, como em Tem o verde do mato/ Tem o branco do concreto/ e tem o céu. É possível interpretar que o autor descreva o que há em um determinado local, as coisas boas que se encontram nele.

"reunir dois meus dois melhores amigos em uma noite..."
Cada um recebe um poema ou canção a partir de seu próprio entendimento, experiência de vida. Em Pearl, me encontro em... Breves. Havia um ano e nove meses que eu não a visitava. Voltei de lá há uma semana, após oitos dias bem fodásticos. Sentia que precisava retornar, pois Breves (ou qualquer lugar que te transmita paz) tem o balanço da rede/ tem o cheiro da calma/ é só amor. A mesma estrofe muda o primeiro verso para Tem o canto da festa. É o que essa cidade me representa: um refúgio, recarregar a bateria, os ânimos. Nem sempre é descansando, mas é a liberdade de rodar pelas ruas na garupa de uma moto; dos abraços calorosos; de tentar encontrar o máximo de pessoas em uma semana já sabendo que não o farei; de unir meus dois melhores amigos numa noite de diversão; do almoço ou café da tarde com parentes; de ouvir todos os babados brevenses que puder; de conhecer sobrinhos; dos papos reflexivos com os amigos; de me embriagar quase que diariamente; vendo o dia nascer em velhas companhias; de me aventurar numa estrada escura e perigosa... Porque tem amigo do peito/ tem centenas de sonhos pra cumprir. Enfim, Coisa de Casa e Pearl são canções que nos possibilitam visões intrínsecas. E as minhas me levam a Breves...
"do café da tarde com parentes..."

"papo reflexivo com os amigos..."
Até Julho...

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Comentários

Valcilene Gama disse…
Nossa! Voltar para nosso aconchego, meu mano, não tem preço.
Adorei nosso papo, risadas... Volte sempre que quiser. Amo-te. :*

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