Crônica: Alegria

Porríssimo no Café com Arte




                   “Amigo”.
O  I  
L  I  N  D  O  N  A 
”.
“Você sempre com a sua alegria. Por isso te chamei aqui. Precisando dela”.
“Sou pago pra isso. Deus me paga com saúde e mais alegria!”. 
Quem precisava da minha alegria foi a minha amiga Vanessa Souza, de Macaé, a Lindona, na noite de ontem (27/08). Eu usei aspas porque essa minha alegria é sugestiva. De uns dez anos pra cá, eu tenho sido um Victor animado, descontraído, ou, de acordo com a definição de alguns amigos: extrovertido, autêntico e espontâneo. Porém nem sempre fui assim. Esses adjetivos vieram com mais carga em 2013/ 2014, mais precisamente quando trabalhei por um mês na Livraria Fox, acompanhados de outros atributos: segurança e confiança. E depois de construir, a muito custo, minha autoestima, ao iniciar o curso de Letras, em 2015, na UFPA, quando acordei em mim, de fato, o Victor Victório que eu sou hoje.

Eu fico alegre com facilidade. Se tocar uma música na rua, na sala de aula/ estágio, na festa, lavando louça, eu canto e danço despreocupado com o ritmo ou se pareço um retardado. Passo vergonha no crédito, no débito e à vista. Ou não. Simplesmente me permito a leveza que meu corpo e meu espírito necessitam. Eu faço imitações dos meus familiares, amigos, professores (com entonação, gestos e bordões!); uno uma frase que a pessoa diz a uma letra de música; enfim, eu sou lesado em tempo integral – e mais ainda quando tô porrísimo! Contudo, a minha alegria pode se resumir em dois elementos: o feedback positivo com vocês – leitores – aqui pelo blog Outras Palavras com o livro Inseparáveis – que lancei pela Editora do Carmo, há dois anos; e o outro dono da minha outra alegria - se bobear, o principal dono - se chama Max Luis de Sousa Oliveira Carvalho, um garoto que nasceu com o dom e a missão de me fazer sorrir. A companhia desse meu sobrinho/ afilhado de 6 anos e os comentários que recebo de vocês sobre cada produção textual minha são meus sorrisos mais sinceros.

Tassi adora um abraço meu!
Eu fico alegre com facilidade, sim. Mas também me irrito. A rotina acadêmica, com professor se achando o foda, mas tem uma didática de bosta; com a rotina doméstica; às vezes até quem/ o que mais me alegra (com exceção das duas razões acima) me irrita ou me entedia. Também, aprendi a ser zoado e zoar os outros. Porém ainda há brincadeiras bobas que não me agradam nada. Pra não deixar o clima mais pesado ou me chatear mais, me recolho, me distancio pra uns minutos de reflexão, me imagino tomando um chope bem gelado no Café com Arte, respiro fundo e volto ao normal. Percebo que tenho motivos para tristeza, mas não o suficiente pra me emputecer (tanto). Afinal, tenho uma mãe que mesmo com a coluna toda fodida, tá cozinhando bolo de chocolate só porque faz tempo que eu não como um; um pai que me enche de laranja, mamão, banana, maçã, uva e mais uma tonelada de frutas toda vez que eu o visito só porque sabe que gosto de frutas; uma irmã dramática e despirocada das ideias que me vicia nas séries americanas de adolescentes; uma coordenadora que faz eu me sentir uma pessoa útil, apesar de eu não contribuir com nada de produtivo no estágio (exceto o envio de certificados); e amigos da UFPA que deveriam receber uma remuneração por me aturar. Às vezes a minha alegria é um saco, sufocante, que me fecho na minha felicidade, mas é tanta saudade do meu pai e amigos que moram longe que desconto tudo nos meus amigos daqui.

Jess sendo abraçada à força
Nem sempre eu tô tão feliz assim. Mas a minha amiga Jéssica Katarina (Jesscat) costuma frisar que eu tenho alguns privilégios: sou branco, uma boa condição financeira, hetero (pera, aí já temos um problema)... Não tenho muito o que reclamar. Tenho mais é que agradecer! Preciso ser grato. Vários amigos e parentes que amo passam por sérios problemas financeiros, de saúde, de preconceito, de racismo, e eu aqui, me reclamando de uma H.Pylore ou por ter sido rejeitado por aquela criatura gatíssima que eu tava ficando?! Não! E sim! Porque embora não seja algo consideravelmente grave, é um sofrimento intrínseco, que pra mim tem uma relevância. E o que eu posso fazer pelos meus amigos? Ouvi-los, respeitá-los, entendê-los, ter empatia, e tentar animá-los com a minhas patetices. Ser uma pessoa decente, amiga é, no mínimo, uma forma de agradecer pela vida que fui presenteado. Eu vou falhar? Vou ser egoísta e/ ou desatento em algumas situações? Vou! Até porque se eu não cometer uns errinhos não tem graça, né, gatíssimos?
Então, bora ter mais empatia? Gratidão? Paciência? Bora errar, mas admitindo o erro e tentando acertar depois? Bora remarcar de sair com o(s) amigo(s) depois de furar com eles (essa foi pra mim mesmo, okay?)?!! Se fizermos isso vai ser alegria pra tudo quanto é lado nesta porra! E se, assim como a Lindona, vocês se divertem com as minhas doidices, óóótimo! Bora ser feliiiiz! 
Ou tentar, pelo menos, né, mana...



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Comentários

Vanessa (a lindona ) 😝 disse…
Ah lindão,você é demais! Que bacana isso,fico feliz por ter te inspirado. Você é isso aí é mto mais! Obrigada por tá comigo me entender e me dar os melhores conselhos pra vida. Você é paz,você é luz! E eu te amo muito meu amigo ☺️❤️😘
Tassiane Santos disse…
Pense num texto que resumiu toda a personalidade de Victor Victório. Esse é um dos teus melhores textos. Além de que és isso mesmo, não me admiro buscarem em ti um apoio, nem que seja só pra se sentir melhor, já fizeste isso por mim várias e varias vezes. Agradeço por você ser essa pessoa brilhante em tudo.
P.s. adorei a foto com a Jéssica haha
Ana Freitas disse…
Há, que texto lindo!
Que poeta e escritor maravilhoso, que talento aplausivo VIctor Victório. 😘😘
Unknown disse…
Li mesmo estando cega hahahhahaha te amo, Victor! És um dos maiores presentes q a UFPA me deu! <3
PAULO HENRIQUE ILARIO PINHEIRO disse…
Algria... Belo texto, parabéns... Me identifiquei muito 😀😁
Alegria pura, libertadora, aconchegante, contagiante. Como é bom receber esse Up de alegria no sangue apenas em conviver contigo meu amigo. Belo texto, cada palavra esta encharcado de essência victoriana.

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