Poemas: Desejo/ O primeiro amor/ Eu não sei dizer 'te amo'/ Curtição

Desejo

Eu quero amar
Sem nenhum sentimento de culpa
Sem me refugiar pelas ruas
Sem receber punição
Por pulsar meu coração.

Eu quero amar
Sem ter que me arrepender
Pela roupa que eu escolher
Sem me sentir ameaçada
Invadida e derrotada.

Eu quero amar
Sem que sujem a minha cor
Que não brinquem com a minha dor
Pois o meu escuro é uma luz
É o que sou, e o que sempre fui.

Eu quero amar
Agarrado na minha fé
Ela guia os meus pés
E peço, não fira o meu Deus
Acredite no que é teu.

Eu quero amar
E mostrar que eu sou capaz
De fazer muito e muito mais
Do que duvidam de mim
Por eu ter nascido assim.

Eu quero amar
Sem que calem a nossa voz
Que lembrem quem somos nós
Do sol ao frio do país
A gente merece ser feliz.

V. Victório 



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O primeiro amor

Tu tens o primeiro amor?
Daquele que nunca se esquece
Não se renova, nem envelhece
Não sobra mágoa, nem dor.

Sabes o primeiro amor?
Do beijo roubado na escola
Que sobram várias histórias
Da azulada cor.

Tu tens o primeiro amor?
Da música que te recorda
O que nunca foi embora
E ainda tem o mesmo sabor.

Sabes o primeiro amor?
Do reencontro inesperado
Pra resgatar o passado
Que nunca se passou.

Tu tens o primeiro amor?
Que te conhece além
Do que você mantém
No teu vago interior.

E se esse primeiro amor
Te transcende a juventude
Te entende, não te confunde
Guarde-o, por favor. 

V. Victório
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Eu não sei dizer 'Te amo'

Eu não sei dizer 'Te amo'
Posso te apertar num abraço
Te pedir, insistir pra ficar
Pagar o teu almoço
Ficar até descalço
Pra você ter onde pisar.

Posso te fazer rir
Com meu coração chorando
Me fugir da razão
Quando eu for me despedir
E não te ver voltando.

Posso ser teu ouvinte
O sinônimo da alegria
Te desejar um boa noite
Para o teu dia seguinte
Não te faltar a estrela guia.

Posso agir como um estúpido
Ser frio, mas tenho medo
Que nesse estranho presente
Não te enxergar no futuro
Pra te dizer, sem receios:
"Eu já sei dizer...
Te amo".

07/2018
V. Victório 


Curtição

A gente já se entregou o bastante
Imprevisíveis como um sol radiante
Livres sem se libertar
Sem tempo pra dispersar.

Um afeto que só nós entendemos
De um jeito que nós dois merecemos
Feitos pra deixar fluir
É insano tentar fugir.

Então assim vai ser
Quando o rosto virar
Quando se encostar
Quando a boca tocar.
É o que vai acontecer
Pra se perder a noção
Pra não ter explicação
Pra ser a mais louca curtição.

Então assim vai ser
Quando menos se espera
A energia atravessa
No olhar, uma brecha.
É o que vai acontecer
Sem tentar evitar
Sem se desesperar
Quando um dia acabar
Sem nenhuma explicação
Essa mais louca curtição.

Victor Victório.
09/2018






Comentários

Anônimo disse…
que lindo❤
Paulo H. disse…
Combinação perfeita dos tres poemas. Parabens ao autor.
Vinicius Costa disse…
Puta merda, arrasou!

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