Crônica: Enfim, formei.


foto: Rael Jotai
ALEGRIA – Não passei grandes sufocos nos meus quatro anos e meio de UFPA: meu transporte era meu carro, e eu moro bem perto da universidade. Nos primeiros meses de estágio minha mãe preparava uma marmita pra eu almoçar - ou seja, eu demorei a enfrentar a castigante fila do R.U (Restaurante Universitário)- ; e apesar dos apertos financeiros, mamãe sempre dava um jeito de não faltar nada... Também me tornei líder de turma por livre e espontânea pressão/ vontade (e valeu muito a pena); enfrentei uma greve de seis a quatro meses e uma paralisação de dois meses - conturbando todo o nosso calendário acadêmico - ; me deparei com professores inspiradores, mas também com alguns que se importavam com tudo, menos com nosso aprendizado; e um TCC (que, de um jeito ou de outro, durou quase uma ano de produção) com uma orientação que... Não foi das melhores. Nem tudo foi tão fácil, nem tudo foi tão complicado pra mim. Como meu amigos diziam, eu tinha alguns privilégios. Mas foi trabalhoso. Cansativo. E (por que não dizer) divertido (?). Chegar ao fim, por tudo isso e mais um pouco, traz muita alegria. E também traz muito...

ALÍVIO – Vocês todos devem saber que essa não é a minha primeira graduação. Formei-me em 2011, pela UNAMA, em Comunicação Social Jornalismo. Desde o início do curso eu já estava ciente da minha pouquíssima vocação na profissão. Mas... O que eu ia fazer?  Era agoniante. Eu não sabia se eu seria capaz de trabalhar em outra área. Até que as aulas particulares para vizinhos e primos me mostraram que eu sabia/ sei ensinar. Tentei e consegui: fui aprovado no vestibulihho/ MOBEX. Logo no começo do curso de Letras Língua Portuguesa vinha uma outra agonia: “mais uma vez em outra graduação? Será que isso vai dar certo?”. O gosto pelas disciplinas não me respondia muito. Era preciso estar em sala de aula, lecionar, ministrar o conteúdo. A prática. As palestras e oficinas nas escolas sobre o blog e o livro me anteciparam o amor pela docência. E assim que terminou a primeira aula em disciplina de estágio me senti tão bem, tão em paz, tão seguro por ter feito algo tão natural, principalmente depois de a Rafa Gonçalves, amiga e parceira de estágio, soltar: “Amigo, tu fostes maravilhoso! Fostes incrível!”. À Rafa e a tantos amigos devo toda a minha...

Após a defesa do TCC, no dia 28/06/2019
GRATIDÃO – "Victor, te inscreve no Enem ou no vestibulinho. Em um dos dois tu vais passar, tenho certeza disso! E a tua mãe não precisa saber!", incentivou minha tia Odaide Almeida, em 2014, quando eu estava internado no hospital, com tuberculose, num momento em que eu temia a falta de apoio da mamãe. Pra minha surpresa, ela super me apoiou. “Nesse curso, sim, eu tô botando fé que vai dar certo”, apostou a mamãe, nos meus primeiros dias na UFPA, em 2015. “Meu filho, eu te apoio no que tu decidir”, disse o papai quando eu quis tentar um concurso público em Tucuruí, em 2018.  Ou seja, o apoio familiar foi essencial nesse percurso tão imprevisível. Assim como o refúgio da família do meu tiozinho Max Luis, a minha família do coração. Também, uma gratidão louca aos meus amigos, porém especialmente aos da UFPA, aos colegas/ amigos de sala, nos trabalhos em grupo, por divulgarem meu blog/ comprarem meu livro; pelas horas de estudo, pelas horas de risadas; por me ouvirem e por me permitirem ouvi-los... Obviamente, ao ensino humano da professora Célia Zeri e à professora Socorro Simões, pois junto a ela e ao IFNOPAP – CAMPUS FLUTUANTE, eu cresci, saí de uma bolha, aprendi a ter mais empatia, paciência e mais responsabilidade. Devo muito a cada membro desse evento. Mas, sobretudo, ao suporte e segurança da Rafa nos estágios em sala de aula; e ao interesse e empenho da Tassi Santos e Jéssica Katarina, pois creio que sem elas meu TCC ainda estaria estancado até agora.

Na Escola Santa Maria de Belém - oficinas do TCC
Tudo o que vivi nas escolas Manuela Freitas, Mário Barbosa, Antonia Paes e Augusto Meira durante os estágios me fez o professor de agora; à escola Santa Maria de Belém, por, nas oficinas do TCC, ter proporcionado, quiçá, os meus melhores dias de 2019 e aos alunos do ITEP, pelo crescimento e tantas trocas de ideias. Enfim, aos meus alunos (como estagiário e professor): essa é pra vocês! Muito obrigado!


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