Crônica: O vídeo

A ideia (até onde minha memória doida me permite afirmar) de gravar este vídeo foi do Everaldo Barreiros, da Single Produções. Em julho, quando eu estava "repousando" na minha querida e louca cidade de Breves, ele pensou na junção de um poema meu e da guitarra do meu amigo Jackson Pastana para publicar no canal deles, no youtube. Amei. Fiquei todo besta. Mas eu tinha que escolher logo um dos meus poemas: fiquei em dúvida entre Eu não sei dizer te amo e Desejo. Este último teve uma boa repercussão no meu canal, um feedback muito bom com leitores e alunos, até porque, por “ordem” da Andreza Paixão e Tassi Santos, levei-o para turmas que lecionei em 2019. Escolhi-o pro vídeo. No mesmo dia, à tarde, eu estava no estúdio da Single Produções gravando Eu quero amar sem nenhum sentimento de culpa... Uma experiência única. Ser dirigido, di-ri-gi-do, por esses dois profissionais tão capacitados, com toda a técnica, precisão e qualidade... Eu me senti um artista “de verdade”, devo admitir.

    O vídeo foi publicado nas redes sociais seis meses depois, na quinta-feira, do dia 9 de janeiro de 2020. Nesse período eu estava no Rio de Janeiro, mas tu achas mesmo, meu querido, que eu me concentrei na viagem? Claro que não, né, meu anjo?! Esperei tanto por esse vídeo... E que vídeo! Só de ler Desejo – Victor Victório/ feat – Jackson Pastana meu coração pulou. Em seguida, o foco cai na mão do Jackson nos primeiros acordes. Ah, daí eu nem sei explicar. Sei que muitos de vocês já viram, porque eu saí divulgando que nem doido, mas caso queiram assistir outra vez, é só clicar ao lado e rever o motivo que mais me alegrou nesse 2020. Everaldo e Jackson usaram de todo o talento e técnica nesse trabalho pra que Desejo tivesse um valor ainda maior. E o feedback que recebi dos leitores foi melhor do que  eu nem imaginava. Obrigado, queridos.

Muita gente, como o Marcos Guerra, tentou - no Instagram - definir nossa arte: “Estaríamos aqui presenciando o surgimento de um novo (e maravilhoso) estilo poético/ musical?”. É bem provável. Só sei que o trabalho da Single Produções é vasto. Um dos mais recentes é com o, também brevense, músico Bruno Diego, em que ele canta Killing me softly with his song/ Fly to the moon. A primeira é de 1971, composta por Charles Fox e Normal Gimbol, interpretada por Roberta Flack, em 1973, e por outros tantos artistas; já a segunda foi, em 1964, sucesso de Frank Sinatra, escrita por Bart Howard, em 1954. Já era de se esperar uma interpretação digna vindo do cantor Bruno Diego (quem o acompanha em Breves sabe a que me refiro), com uma voz espantosamente afinada e de toda a criatividade da Single Produções. Mas pra um diferencial, o vídeo é intitulado como Dicotomia, "pois contem trechos de duas canções que tratam sobre os efeitos que a música pode causar”, como se lê na descrição do vídeo.

Em Killing me softly with his song, o eulírico tá numa bad inacabável com a canção de seu amado, sente-se destruído, um tom realmente fúnebre; ao contrário do personagem em Fly to the moon, que pede que o outro o eternize com a sua música, num clima mais vivo e alegre. A sacada incrível foi usar a emoção de cada canção na interpretação como um todo, nas cores das roupas, por exemplo, num simbolismo sagaz. Mas pra que tu entendas do que eu tô falando, pequeno gafanhoto, é melhor que tu assistas ao vídeo ao lado pra conferir mais uma produção da Single Produções e de Bruno Diego.
E pra quem me pergunta quando terei outro feat desses com o Jackson Pastana... Pois, é. Quando?

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