Resenha: 6 canções para se ouvir (ou não) ♪



6 canções para se ouvir (ou não) ♪
Quando eu digo
Ou não, há motivos.

1. Pra terminar, do Herbert Vianna, é pra quem tá na fossa. É uma letra sobre fim de relacionamento. O personagem, na 1ª pessoa, deixa explícito que ainda tá arrasaado com o término, que ver sua/seu ex na rua com seu novo amor ainda o atingirá no peito, cortando-o até não restar uma gota. Como muitas obras de Herbert, é curta e intensa. O sofredor relata como se sentiria caso reencontrasse a pessoa. A última estrofe, que praticamente repete a primeira, pede: Pra terminar, dizer que o amor chegou ao fim/ Esqueça de me perguntar se ainda há amor em mim. Afinal, como ele disse antes: Pra mim ainda não terminou. Com Biquini Cavadão (2000), o instrumental é de um pop forte, mas com o vocal leve, e letra direta, não se repete. Já com Ana Carolina (2001), há mais atitude, e a cantora repete a letra várias vezes. Dá pra sentir a dor “do cara” tu estando solteiro ou casado. Herbert também a gravou em 2012, no álbum Victória, num tom mais suave, só com o vilão. Eu diria pra ti, gatíssimo leitor, ouvi-la, pois é linda pra caramba, mas se tu terminaste um relacionamento agora, maaano, não te mete a ouvir, não. Só vai sobrar pra ti.



2. Paixão, da dupla Kleiton e Kledir (1981), é sobre relação sexual. O personagem descreve toda a paixão que sente pela mulher, mais propriamente no sentido físico. Além da dupla de irmãos, Simone (1983/2008) e Fábio Jr (2011) também a regravaram. A versão do Fábio Jr traz uma carga de sacanagem maior na interpretação. Com ou sem metáforas, sem refrão, ele fala da química de ambos, do corpo e a transa em si, como em: Nessa aventura em carne e osso/ deixa marcas no pescoço/ faz a gente levitar. Querido(a), Paixão é uma das narrativas sexuais de uma baita qualidade na música brasileira, com uma tara, uma audácia... Uma letra “discretamente safada” do início ao fim, que termina com: Tens um não sei ‘que’ de paraíso/ e o corpo mais preciso/ que o mais lindo dos mortais... Ou seja, se estás sozinho(a), não pegando nem gripe, transando só nos teus sonhos, com saudade daqueeela pessoa, maano, nem te arrisca!




3. Fotografia
não trata especificamente de uma relação a dois. Ainda bem, né? Mas trata de nostalgia. Foi composta por Leoni e Léo Jaime, gravada por ambos, respectivamente, em 1993 e 2008, e pelos dois juntos em 2003 e 2005, nos álbuns do Leoni. Com um cenário que remete um pouco ao bucolismo, é uma canção que leva aos momentos bons, leves, de descanso, uma sensação semelhante de quando tu olhas pra uma fotografia antiga e relembra daquele momento fodástico que vivestes com pessoas fodásticas. É daquele dia que tu olhas as fotos na tua casa e percebe que quando o dia não passar de um retrato/ colorindo de saudade o meu quarto/ só aí vou ter certeza, de fato/ que eu fui feliz. Fotografia remete muito à amizade. É um recado pra se aproveitar cada segundo com quem se gosta, pois depois será somente lembrança. A saudade de amigos bate mais forte quando a ouço.

  


4. A dupla Kleiton e Kledir tem outra canção que me encanta profundamente, porém pra outros pode ser um verdadeiro gatilho: Corpo e alma (1983), uma versão de Paul Simon de Bridge over troubled water (1970), cantada por Simon & Garfunkel. É uma homenagem de Kleiton ao irmão e parceiro musical Kledir, sobre a relação de ambos como irmãos e amigos. Uma verdadeira declaração de amor, das mais belas que tu, lindo leitor, terás a oportunidade de ouvir. O personagem, de início, relembra que quando menor não o valorizava tanto, mas tudo mudou depois; chama o irmão de meu irmão, meu par. Ele se mostra sempre presente na vida do outro em várias estrofes, como em: Quando a solidão/ se enredar em ti/ e o coração dançar/ conta comigo... O teclado intensifica ainda mais a homenagem e pode doer valeeendo se ouvires Corpo e alma e tu não estiveres ao lado do teu irmão ou amigoirmão que tanto amas. É uma obra pra tu parar, ouvir e é possível que chores uns litros aê. 




5. LS Jack vai muito além de Oh, Carlaaaaa/ Eu te ameeeeei... Há outros trabalhos para se curtir. Agora, há um, chamado Quando eu disser adeus (2001), que... não sei se tu vais curtir muito, não. A beleza da canção é inquestionável, mas a fossa que ela vai te trazer é irrefutável. Ela só não é mais arrebatadora porque tem uma levada pop, mas se tu terminaste teu namoro agora, ouvi-la é arriscado pra caramba. Aparenta que o personagem, na 1ª pessoa, sofre mais que a outra, pelo encerramento da relação, ao saber que a melhor saída é o distanciamento e do modo mais radical. Até porque, quando o cara diz Vou apagar de vez cada passo teu/ eu só vou me curar quando eu disser adeus/ amanhã, talvez/ longe, em outro lugar/ tudo vai passar quando eu disser adeus é porque não tem saída mesmo. Jeito Moleque (2009) fez uma versão. Em pagode. Agora, pense...



6.      Tá, todas as 5 que eu citei anteriormente, acreditem, não me deixam na bad. Sério. Juro. Eu até sei separar as coisas, sabem? Até, pois nem sempre isso acontece. Quando eu tava na fossa por um boy ae, uns 5 anos atrás, era só eu ouvir Eu preciso te esquecer (1977), composta por Maura Motta e Robson Jorge, interpretada pela Claudia Telles, que... cara... nem sei, olha. A mamãe ouvia num som bem alto e eu saía de perto, pois era sofriiiido aqui no meu pobre coração de “amor não correspondido”. A versão da Claudia Telles é muito triste, que dá pena, penso no que eles passaram pra compor e cantar Eu preciso te esquecer. Vanusa e Marina Elali também cantaram não tem por que chorar/ se eu sei que te perdi/ e a mágoa que você deixou/ só faz eu te dizer agora... Aí vem o refrão que acaba com qualquer um que estiver numa bad fulminante. Linda? Impecável? Um hit foda? Sim, sim, sim. O teclado, então, arrasa! Mas maltrata. Oh, se maltrata... 




Comentários

@fabvin disse…
Que sequência amigo...
Tu já começa com Herbert Viana/Biquini Cavadão,Cassim acaba comigo hahahahah
Músicas maravilhosas, Corpo e Alma me emociona muito s2

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