Sala de Aula (4)

A docência tem me ensinado bastante. Um dos ensinamentos é aprender a gostar de mim, a me valorizar. Eu fui um cara cheio de medos e inseguranças, tímido e nervoso, que nunca, jamais imaginou que seria professor. Sempre tive medo de me expressar, de dar a minha opinião, porque sempre pensava que não sabia o suficiente sobre o assunto, que é irrelevante ou que o outro falaria melhor que eu. Mas pera... Eu ainda sou muito assim! Sou, por exemplo, o que menos fala em boa parte das rodas de amigos por esses exatos motivos, ainda. Infelizmente.

No entanto, mesmo sendo ainda bastante tímido e inseguro em relação ao meio social, quando se trata de entrar em sala de aula... Sei lá que diacho acontece comigo! Não sou o "melhor" e nem vou ser, porém tenha certeza de que eu faço o meu melhor. Como costumo dizer, o melhor de mim tá em três funções: ser professor, ser escritor/ poeta e ser tio do Max Luís. Ao exercer a minha profissão, sai tudo o que há de mais interessante, verdadeiro e intenso do V. Victório. Tento fazer não somente que os alunos aprendam a usar a vírgula corretamente ou apresentar um seminário (que eu, a vida toda, detestava), porém que acreditem em si como eu acredito em mim quando piso na sala de aula. Na verdade, eles fazem com que eu acredite mais em mim.

O ser humano chega, às vezes, a ser asqueroso; para um cara tímido como eu, é pior ainda. Eu travo, na maioria das vezes, entre amigos e familiares ou atuo como jornalista e saio perguntando coisas como se tivesse numa entrevista e/ ou apenas rindo das piadas porque “escolhi” ficar arredio. Isto é, o único ciclo “cheio de gente” que eu me sinto à vontade é entre alunos. Ter tentado o vestibulinho pra Letras Língua Portuguesa, em 2014, foi a minha melhor decisão de todas. Eu necessitava fazer algo de diferente, naquela época, e acredito estar fazendo a diferença na vida de muitos estudantes. Penso assim, porque se eu não estiver na docência, me expressando pela escrita ou sendo presente na vida do Max, eu não tô servindo de muita coisa, não.

A docência me salvou de mim mesmo, essa é a verdade. Cada vez mais eu lembro dos melhores professores que tive, desde o Colégio Santo Agostinho até a Universidade Federal do Pará; tento ser um professor humano como muitos destes foram comigo e com meus colegas/ amigos de sala. Enquanto eu estiver em sala de aula, com desafios, aprendendo, acertando e errando como o professor Victor Victório, eu vou tá bem. Mas, alunos, não abusem na minha paciência, não; nada de conversar durante a aula, PELO AMOR DE DEEEUS, JOVEENS! 



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