Crônica: Outro cenário

Eu sou fascinado por música, quem me conhece de verdade sabe; tenho amigos/colegas que são músicos e sou fã deles. Eu sou metido a escritor, me considero poeta, quem conhece também sabe disso. Não desperdiço a chance de assistir a um filme/série. Porém, me faltava ainda criar um vínculo com a dança e/ou com o teatro. Quer dizer, ao menos com um desses não falta mais.

Conheci a Lanna Bemmuyal na Esamaztec, sendo minha aluna de Técnicas de Comunicação, Enfermagem, em fevereiro de 2022. Foi questão de tempo nos tornarmos amigos - daqueles que se conhecem de anos, apesar dos poucos meses - e ela logo me apresentou a “uns amigos do teatro”. Lanna tinha um sonho de ser atriz, e estar na Companhia Caixa de Teatro não apenas possibilitava esse sonho como a acolhia numa fase que ela tanto precisava. Apesar do curso de enfermagem, sei que a paixão dessa jovem é estar no palco, encenando.


Lanna e eu

Lanna estreou no Caixa de Teatro no espetáculo “O Poderoso Oz” (Theodora), em agosto de 2022[1]; em seguida, em “A noite dos vilões” (Sarah), “A Família Buscapé” (Tia Jud), “Mudança de Hábito” (Irmã Mary de Misericórdia) e “O Ninho” (Lena): nos três primeiros, ela arrasou na comédia e neste último me surpreendeu com a carga dramática pesada! “O Ninho”, devo ressaltar, foi uma obra da Musas Companhia Teatral, dirigido pelo Kesynho Houston, e no Caixa de Teatro a direção é da Lígia Coelho. Eu tive a honra de conhecer os dois!

Entre um rolê e outro, conheci a alguns dos amigos artistas de Lanna, como os belíssimos Hector Lourinho e Fernanda Oliveira. Ambos me levaram a outros; e quando percebi eu já havia cumprimentado inúmeros dos atores que eu assistia nas peças. Ah, as peças... Fiquei fascinado com a magia do teatro. Todos eles me ensinaram a amar e valorizar essa arte. Me tornei fã do empenho, do talento, da vocação e da garra de cada um. Eu, por exemplo, não teria coragem sequer de ir a uma aula de teatro de tão tímido que sou. Tá. Isso foi até o sábado passado (12/08).

Na base da insistência, Lanna me convenceu a participar de uma das aulas no Caixa de Teatro. Aceitei, também, porque eu sabia que me ajudaria na minha autoestima, a tentar perder um pouco da vergonha e a conhecer esse outro meio artístico. E lá estava o Victório numa aula incrível com o Kesynho Houston... Agora, como foi a aula? Hum... Eu preciso de mais.

Neste sábado (12), assisti ao espetáculo “A vila do Chaves”: pela segunda vez: a primeira havia sido em março e, depois, em junho (não assisti). Eu gargalhei, me vi nostálgico e ainda escorreram umas lágrimas ao encerrar a apresentação. Foi ‘do caralho’! Todos os atores são de alto nível! Quem interpretou o Chaves, por exemplo, foi Kauã Marques, que pareceu estar ainda mais seguro do que na outra vez que vi e deu um show como o Chavinho! Eu poderia até mostrar uma foto minha com o elenco, porém eu, por pura VERGONHA (SEI LÁ O QUE DÁ NA MINHA CABEÇA DOIDA), não o fiz.




Sobre esse último espetáculo “A vila do Chaves”, notei algo curioso: em algumas cenas, os atores se deixavam levar por alguns errinhos ou risadas frouxas, o que deixava tudo ainda mais natural e cômico. Numa das primeiras filas, aliás, havia uma moça que ria escandalosamente em algumas das cenas: os atores não seguravam a risada e nem disfarçavam a presença dela, nessas cenas. Ah, sem contar as adaptações atualizadas: citavam artistas/contextualizavam termos paraenses nas falas dos personagens e a plateia se deliciava com as piadas:

- Popis, o que vale mais: farinha da baguda ou farinha da farofa? – perguntou o professor Girafales.

- Eu num seeei!

- Chaves, o que vale mais: um açaí fino ou açaí do grosso?

- Depende: o açaí vem lá do Umarizal ou lá pra banda do Paar? 

Agora, tô na espera de ver Lanna brilhando em cena de novo; também, a Fernanda com outra performance fantástica como fez com a Regan McNeil (“A Noite dos Vilões”) ou a Senhorita Lorrete (“A Família Buscapé”); ou, ainda, o Kauã, que eternizou um Padre Muruci engraçadíssimo (“Mudança de Hábito”) e um Chucky hilário (“A Noite dos Vilões”). Mas são tantos outros jovens atores grandiosos que essa crônica ficaria maior do que eu nem pretendia!

Pra terminar, em nome de todos eles: Lígia e Kesynho, vocês são um arraso! Tenho certeza que o trabalho de vocês terá ainda mais reconhecimento, prestígio, irá evoluir bastante; e eu estarei lá, aplaudindo, empolgado que nem um leso.   


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Essa crônica tem trechos cortados. Se quiser ler a versão completa, que tem um toque ainda mais particular, é só clicar AQUI.



[1] Eu não pude assistir Lanna em “O Poderoso Oz” por estar viajando e ela me jogou isso na cara por muito tempo.


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