Pessoal: Estranhamente envergonhado

Eu/                     Elzio/                    Elvis
Como eu disse na postagem anterior, eu estava sumido do blog e o motivo principal é a minha vida de universitário, parte 2. No dia 30/11, ao lado dos meus colegas Elzio Filho e Elvis Borges, ocorreu a apresentação do meu primeiro seminário na Universidade Federal do Pará – UFPA -, na disciplina Oficina de Produção e Compreensão de Textos Acadêmicos, com a professora mais flexível e uma das mais amáveis, a Márcia Goretti P. Carvalho. O assunto foi estrangeirismo e a temática foi música (O Uso do Baby na Música Brasileira). Oh, já podem ficar surpresos! E já que música não é algo que eu realmente tenha dificuldades, eu não estava tão nervoso para a exposição; e eu seria o que mais iria falar do grupo. Já o nervosismo e a ansiedade vieram por uma razão: no fim da explicação, Elzio iria tocar a música “O poeta está vivo”, do Barão Vermelho, e eu iria cantar. Isso mesmo. A minha voz desafinada seria propagada para a turma toda, coitada. Eu tenho problemas mentais, psicológicos e sexuais por fazer isso? Sim, quem sabe. Mas eu também tinha coragem, e pela primeira vez, em anos, eu recebi aplausos entusiasmados após um seminário.
Durante os quatro anos de jornalismo na Universidade da Amazônia – Unama - eu me perguntava se eu estava no curso certo. Eu poderia até gostar de ler e escrever, porém nunca tive o sonho de ser jornalista e eu não tinha nada de intimidade com público. Seminários, então, eu era péssimo. Não sei como Cintia (Rodrigues), Rosane (Linhares), Gabi (Azevedo) e Gisele (Nogami) me aguentavam; acho que eu era engraçadinho e simpático, e sendo bem humilde com minhas qualidades. O fato é que eu não entendia como escolhi um curso chamado “Comunicação Social”, sendo que eu era estranhamente tímido para me comunicar com quem fosse e tremia só de apresentar um trabalho oral para a minha turma. Finalizei o curso pensando se eu estava fazendo o correto, e é bem possível que não, já que estou aqui, desempregado, contando moedas de um real no meu cofrinho pra poder comprar um DVD em promoção nas Lojas Americanas. Por fim, eu, depois de umas aulinhas particulares que “dei” aqui em casa, tive a ideia de me inscrever para Letras - Língua Portuguesa no Vestibulinho e passei na UFPA. Letras, um curso no qual eu iria ser professor, algo que jamais esteve nos meus sonhos e eu nunca tive apreço por falar em público. Chame-me de leso, de boa.
Sem perceber, as aulas particulares e o emprego de um mês que tive na livraria da Fox Vídeo me moldaram um pouco e essa estranha timidez foi estranhamente adormecendo. Logo, o medo de público também foi se fechando e sem que eu me desse conta. Na UFPA, por exemplo, eu participo da maioria das aulas, dando piteco enquanto o professor tá falando, puxo assunto com meus colegas, até o mais calados, tipo de coisa que não era tão comum na UNAMA, menos ainda expor opiniões durante a aula (eu até me agonio quando falam na minha frente). Ainda fico nervoso quando há algo que eu realmente não domino (arguição de “Filosofia da Linguagem” ou ir ao quadro nas aulas de “Fonética e Fonologia”), mas o seminário, algo que eu tinha total aversão, fluiu que nem cerveja gelada na goela de bebum. Ou seja, será que eu amadureci com o tempo e a minha experiência com a primeira graduação está contribuindo para a segunda? Nãããão, estava era na hora de eu tomar vergonha na cara e fazer uma apresentação decente, isso sim. 

Alguns dias depois dessa exposição, aconteceu a primeira confraternização da nossa turma, com muita comilança, música no violão, bagunça e danças malucas dos anos 90. Nós estávamos realmente animados, precisávamos extravasar, liberar e jogar tudo pro ar. O próximo semestre, com disciplinas mais complicadas e desafios maiores, virá em janeiro e já estou preparado. E sobre os demais seminários dos meus colegas, só confirmei o jeito, a postura e talento que eles têm para se tornarem professores, alguns com a profissão colada no corpo, na voz, no coração e no pincel atômico. Eles, aliás, me surpreendem com tanta personalidade, determinação e mente aberta que cada um tem, e espero concluir Letras para, também, aprender mais um pouco com meus amigos “letrados”. Um deles, acho que o Gabriel Farias, me perguntou após a festinha se eu realmente queria ser ou me via sendo professor, e eu respondo (de novo): quero ser e me vejo sendo professor (e corrigindo uma pilha de redações), mas não é esse meu maior sonho e objetivo. Demorei pra perceber e percebi AQUI, mas meu sonho mesmo é me tornar um escritor. Escrever, escrever, escrever, escrever. Seja onde for, no que for, contanto que eu possa ganhar para isso, sem necessariamente ganhar rios de dinheiro, mas quero viver disso e lançar livros e mais livros, e eu não vou sossegar até realizar esse diacho desse sonho. Porém, enquanto isso não acontece, vou escrevendo aqui mesmo, no Outras Palavras. Que tal?

Comentários

Pode escrever que seus fãs estão ávidos para ler!
Muito bonito ler um pouco da sua evolução desde a Unama até a UFPA.
Desafios ainda maiores virão, assim como momentos de descontração e superação.
Vc vai crescer cada vez mais, e tenho certeza disso, vai se tornar um grande escritor - de fato, escrever nesse blog já é um bom começo. Ainda mais depois dos anos que o blog ficou parado :)

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