ESPECIAL DIA DO MÚSICO: com JACKSON PASTANA


O Blog Outras Palavras trará duas entrevistas hoje, 22, para homenagear o Dia do Músico. Um dos convidados é o Jackson Pastana.

O cenário musical de Breves – cidade do meu coração - está se expandindo pelo Brasil afora com o guitarrista Jackson Pastana, de 27 anos. Formado em Pedagogia pela UFPA, músico há 15 anos, o brevense é patrocinado pela Ibanez Guitars, Solez Strings e Laney Amplification, é um dos sócios da escola de música FERMATA e está preparando um CD instrumental para 2018. Fã de hard e classic rock, Jackson lembrou que seu primeiro contato com a música foi aos 6 anos, antes de seus pais se separarem. Brian Adams, Roxette, Whitesnake e Pink Floyd eram os artistas que tocavam nas fitas cassetes naquele período. No entanto, foi aos 11 anos, assistindo o DVD Pulse, do Pink Floyd, extasiado com o som da guitarra de David Guilmour, que ele percebeu que queria a música para a sua vida. “David Gilmour me motivou, me inspirou. Botei na cabeça que queria tocar guitarra e comecei a aprender por mim mesmo, vendo os outros. O Horácio, que trabalhava no açougue aqui de casa, trazia um violão velho, e quando largava pra cortar carne eu pegava o violão pra fazer igual a ele. Nunca tive professor, fui autodidata mesmo”, recordou. Um ano depois, veio a primeira participação como guitarrista: Banda Dom Supremo, no Colégio Santo Agostinho, embora mal arranhasse algumas notas no violão. Em seguida, se tornou guitarrista da Banda Karas, uma banda baile, viajando pelos municípios do Marajó, ainda menor de idade, acompanhado pela mãe, Claudete Costa. E a partir daí, não parou mais.

Ibanez, Solez e Laney, marcas respectivamente, japonesa, inglesa e brasileira, têm Jackson Pastana compondo o casting dos seus artistas. Para um marajoara, vítima recorrente de preconceito por todo o país, representar a nossa região é uma vitória. “Ser um artista endorsee dessas marcas é um marco histórico no Marajó. É totalmente fora da realidade de um músico brevense. Nós estamos num arquipélago, numa ilha, mas não estamos ilhados, não devemos nos aceitar nessa condição. Temos o mundo inteiro pra desbravar. Representar essas marcas é motivo de alegria, orgulho, e acima de tudo, gratidão. Gratidão a Deus, à minha família, pelo apoio, especialmente à minha mãe, aos meus amigos e aos fãs do meu trabalho, que são o combustível maior da minha carreira. Sem os fãs o artista não é nada”, declarou o guitarrista. Além disso, está em processo de produção o primeiro álbum instrumental de Jackson, o The Dream Is True (O sonho é real). As faixas seguirão uma lógica de acordo com as sensações pelas quais ele já passou na carreira, como alegria, tristeza, frustração: “Já gravei disco pra um monte de gente, agora será um pouco sobre a minha personalidade. Vou expressar em cada tema, em cada composição a minha batalha durante esses 15 anos, enfatizando que nós somos tão grandes quanto os nossos sonhos”.


              O som da guitarra de Jackson Pastana já soou em bandas de rock como Habeas Corpos e, atualmente, na Major Lock; tocou axé, sertanejo e forró, na Mel da Ilha, Pegada Sertaneja e Pegadeiros; recentemente fez parte do DVD do cantor paraense Wanderley Andrade, em tributo a Raul Seixas, gravado no Porão do Alemão, em Manaus; já tocou com artistas do segmento religioso, como a AFO (A Força da Oração), e trabalha no Amazon Estúdio, com seu amigo Marvin Miranda. O guitarrista afirmou que tocar em bandas de diversos gêneros musicais é um triunfo na carreira: “Por mais que, às vezes, trabalhe com um gênero musical que não seja o que realmente gosta, mas se absorve algo positivo. Tudo é aprendizado. A música é uma arte infinita. E viajar por outras cidades e estados, conhecendo pessoas do meio, passear por diversos gêneros musicais acrescenta muito na minha maturidade musical.”. Para ele, trabalhar em vários estilos musicais é um respaldo no currículo de qualquer músico.


             O primeiro empecilho, lá aos 12 anos, veio de casa, quando sua mãe não aceitou que ele se envolvesse com a música. Assim como muita gente ainda pensa, para Claudete, ser músico era uma profissão de vagabundos. Hoje em dia, ela é uma das maiores fãs do filho. O principal desafio de Jackson Pastana, portanto, é o preconceito. Presenciou colegas trocando seu trabalho por mixaria, não evoluíram na carreira, eram displicentes. Não teve bons exemplos. “Mas depois eu encontrei outros na minha estrada musical que eram totalmente diferentes e fizeram da maneira certa, são até hoje extremamente profissionais e evoluíram de lá pra cá. Eram nesses que eu me espelhava. Só que esse preconceito parte dentro de casa e vai mundo afora. A gente sempre escuta aquela pergunta: ‘Tu és músico? Mas tu trabalhas em quê?’. Mesmo com todos esses anos de carreira, ainda ouço essa pergunta” contou o guitarrista. Formado em pedagogia, houve maior facilidade para trabalhar/ coordenar projetos de educação musical, e como professor na FERMATA, utilizando da pedagogia musical com seus alunos. Ou seja, ele vive exclusivamente da música. 

Se o preconceito tem sido o maior desafio na vida musical de Jackson Pastana, a competição entre artistas do meio é o que mais o chateia. Para ele, entre guitarristas é ainda mais específico, uma briga de egos, e não há motivos para que haja competição. “Guitarrista é um bicho difícil de lidar. É um querendo ser mais rápido, ter o melhor timbre que o outro. A vontade de evoluir é uma coisa saudável, mas ela deve ser para que a pessoa seja melhor para si a cada dia. Não existe um músico melhor que o outro. Há maneiras diferentes de fazer e sentir a música. E essa falta de união me incomoda”, contou o brevense. Por esses e outros motivos, Jackson já pensou em desistir três vezes da carreira. A música, porém, sempre fala mais alto. “A música grita dentro da gente. Hoje em dia eu não penso mais em desistir. Até porque, no palco me sinto livre de todos os problemas. Sinto uma realização gigantesca, não dá pra mensurar, nem pra transmitir em palavras. É surreal, a ponto de entrar doente no palco e sair curado, física ou espiritualmente”, explanou Pastana.
Os solos de guitarra do entrevistado Jackson Pastana, que também é meu amigo e colega desde a infância, podem ser assistidos no canal homônimo do youtube e o acompanhando a agenda em redes sociais. A ele, ao Nelinho Brasil, também homenageado pelo blog (clique aqui para ler a entrevista) e a todos os músicos paraenses, um feliz dia do músico! 

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CURIOSIDADES JACKSON PASTANA

1.      Jackson é um dos sócios fundadores da FERMATA, junto com Jeová Couto, que foi coorientador do TCC dele, da área de Educação Musical.
2.      O lugar onde Jackson assistiu o DVD Pulse foi na casa do Jorge, amigo de um primo dele, em Icoaraci, nas férias. Além de David Gilmour, outras inspirações do entrevistado são Steve Vai e Steve Morse. 
3.   O brega Lamazon, do Edilson Moreno, era sempre tocado pela Banda Dom Supremo, no Colégio Santo Agostinho. Rodrigo Marques (Corujão), Robson Balieiro, Moisés Sarraf, Wagner Bruno, Renan Kardoso, Samara Carvalho, Miskaya Marques também participaram da Banda Dom Supremo tocando Eu sou brasileiro, brasileiro da Amazônia, brasileiro sonhador...
4.    Morango do Nordeste, do Lairton e Seus Teclados, foi uma das primeiras canções que Jackson aprendeu a tocar. Tia Claudete (a linguagem formal da entrevista já acabou, agora posso chamá-la assim, haha) o fazia tocar essa música nas farrinhas de família.
5.     Jackson deu nome às guitarras dele. “O nome das minhas guitarras desde as que já eu tive: a minha primeira guitarra não tem nome, ainda tá aqui em casa, toda quebradinha, a número 1. As outras: Morena, Mel, Roberta, Rita, Mary Jane e Wal".

Comentários

Jhaylsonn disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Já conhecia o grande Jackson de fama há alguns anos, e sabia que era envolvido com música e q tinha talento. Mas não fazia ideia q ele é autodidata!!! O admiro e respeito ainda mais. Ser autodidata é bem difícil e requer muita disciplina, garra e força de vontade. E sabemos que isso tudo, Jackson tem de sobra.
Parabéns e continua lutando, Jackson. =D
Andreza disse…
Não o conheço pessoalmente, mas acompanho seu trabalho aqui no Marajó. Realmente ele toca muito.. Um grande talento!
Jhaylsonn disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Jhaylsonn disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Jhaylsonn disse…
Parabéns pela matéria no Blog. O legal do meu amigo Jackson Pastana é que ele faz muito sucesso e continua sendo essa pessoa humilde e um cara de um MEGA coração. Só quem conhece de verdade sabe e sente a pessoa maravilhosa que és. Um amigo nota 10, nota 1.000.... Eu sempre estarei aqui na platéia torcendo pelo seu sucesso. Talento ele tem de sobra e sei que ele vai muito longe. Rezo para que ele alcance e realize todos seus sonhos tanto na música quando na vida pessoal. Porque ele com certeza MERECE! #TmjMano #Sucesso #Felicidade #Bençãos🙏🙌👏👏👏🎉🎉🎉

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