Conto: Petron, o violão (parte 2)

Conto: Preton, o violão
Conto em homenagem ao Dia do Músico (22/11)


- Você quer o violão? Mas ele não está à venda. – expliquei.
- Não, não é isso. Olhe, eu sou Góes, toco bateria na banda Musicais e...
- Ah, então é por isso que eu te reconhecia de algum lugar! Já vi alguns shows de vocês com meu primo e gostei pra caramba. – lembrei-me, contente. – Eu sou Matias.
- Ótimo, obrigado. Então... – e Góes parou de falar. Um amigo dele, que deveria ser músico também, havia chegado, um alto, negro, com uma careca brilhante e um sorriso disfarçado. Eles se cumprimentaram com um abraço e, em seguida, Góes continuou: - Então, interfone e diga aos seus pais que você vai se encontrar com um amigo. Será rápido. E não se preocupe, não vou te raptar, nem nada. Ou menos, não em um sentido negativo. – e riu de relance.
Fui à portaria e pedi ao porteiro que avisasse à minha mãe que eu iria sair. Góes e o amigo dele me esperavam num carro, estacionado em frente ao conjunto. Lá dentro eu soube que o outro era Jones, o guitarrista da Musicais. Jones falava sem parar sobre estar muito a fim de beber até o dia seguinte e Góes pouco abria a boca. Rapidamente estacionamos em frente a uma casa com um muro branco e largo. Havia uma moça sozinha um pouco mais velha que eles, de cabelos loiros, meio gordinha, sentada, bebendo cerveja. Os dois saíram do carro e me chamaram. Carregando meu violão e o papel no bolso, saí do automóvel. Eu definitivamente sabia que ela era a vocalista da Musicais. Eu estava na companhia dos integrantes de uma das bandas de mais sucesso da cidade de Luz dos Olhos, - junto com a Atroz, claro. O motivo de eu estar entre eles ainda era um enigma.
- Vamos entrar, Lenita! – chamou Góes, carregando a mesa e a garrafa de cerveja. – Encontrei o cara.
- Ele? Tem certeza? – Lenita perguntou, olhando pra mim. – Ele é muito novo.
- Sei do que tô dizendo. – assegurou Góes, com um ar aparatoso.
A casa de Lenita não era o que se podia se chamar de organizada. Espaçosa, mas cheia de bugigangas musicais e papeis espalhados pela mesa e pelos sofás. A estante era preenchida por CDS, livros e mais papeis. Até vinis ela tinha! Góes e Jones abriram espaço entre a bagunça e disseram pra eu me sentir em casa. Tive vontade de tatear CD por CD, mas me contive. O guitarrista da banda foi até a cozinha e pegou mais uma garrafa de cerveja e três copos. Um deles foi pra mim. Ofereceram-me a bebida e como me ensinaram que é feio fazer desfeita, aceitei.
Sentamos nos sofás e Góes, nos servindo de bebida, explicou que estava esperando Jones descer do apartamento da atual namorada quando me viu tocando uma canção muito bonita e ficou pasmo. E eu também.
- Então você compõe, Matias? – inquiriu Lenita, sorridente. Mas antes de eu responder, Jones propôs um brinde:
- Não dá beber sem brindar, né, galera?! – nós concordamos e erguemos os copos. – Que nunca nos falte saúde e muita cerveja! – e brindamos. A cerveja estava geladíssima. Cada gole descia escorregadio, energizando meu corpo que tanto sentia falta de álcool. Um brinde com artistas. Eu estava me sentindo o máximo!
Lenita refez a pergunta e eu respondi:
- Não, não. Essa foi a primeira vez que compus... Cara, - me direcionei ao Góes – nem tá tão boa. Ainda preciso terminar... O que eu tô fazendo aqui, hein?
Góes riu e respondeu:
- A música tá ótima, Matias! Acho que você poderia ter tocado mais um pouco, mas você ficou envergonhado.
- Envergonhado? – perguntou Jones.
- Sim, aquelas vizinhas “sapatas” da sua namorada estavam se agarrando lá em baixo...
- Não diga “sapatas”! – censurou Lenita. – Diga “lésbicas”.
- “Sapatas” ou “lésbicas” dá no mesmo, Lenita. Enfim, nós precisamos desse cara conosco. – Góes apontou pra mim. Tomei outro gole da cerveja e, sem entender absolutamente nada do que acontecia, inquiri:
- Precisam de mim? Pra quê?
- Toca uma canção aí pra gente, cara... – pediu Jones. Mas alguém batia na porta da casa de Lenita. Jones se levantou para atender e entraram outros dois rapazes. Um era pouco mais velho, loiro, com uma barriga de chopp e um sorriso infantil; e o outro tinha cabelos espetados e escuros, uma camisa meio apertada para mostrar seus músculos de academia, e de todos era o mais sério e eu suspeitava que ele fosse o baixista da banda. Eles se cumprimentaram e Góes me apresentou a eles: o loiro era Pacheco, o tecladista, o mais experiente no que diz respeito à música em Luz dos Olhos, um dos técnicos e fundadores da Musicais e o rapaz de cabelos arrepiados era Ian, o baixista.
Jones pediu para que eu tocasse a canção que Góes ouvira. Nervoso, tirei o papel do bolso, pedi para que ele o segurasse para mim enquanto eu tacava, pois eu ainda não havia decorado a letra. Ainda mais nervoso, comecei o Dó. Dessa vez, cantei a música inteira, incluindo a segunda parte.

Eu tentei ser feliz com você
Eu pensei que fosse pra valer
Me enganei com os eu jeito de ser
Não pensei que você fosse assim.

Possessivo e paranoico demais
Na verdade, no amor não é assim que se faz
Eu dei mais uma chance pra você mudar
Mas você não mudou, acabou
Não volto atrás... [1] 

Terminei os últimos acordes da canção ao som de uns enérgicos aplausos. Pacheco, que esteve em pé o tempo todo, sentou-se a minha frente, bagunçou seus próprios cabelos loiros e disse:
- Meu amigo... Matias, não é? Matias, seu nome...
- Sim, Matias. – concordei, tenso e ansioso.
Matias, você é meu ídolo, cara! Meu ídolo! – estendeu a mão para mim e eu a apertei. Exagero quanto ao "ídolo", mas não falei nada – Quando você fez essa música?
- Hoje à noite. – soltando-o. - Não faz muito tempo. Ela ainda tem nome...
- A música é ótima, cara! – exaltou-me Ian, admirado.
- Você se inspirou em alguma garota, não foi? – perguntou Jones, com uma piscadela e um sorriso safado.
- Deixa de ser besta, Jones e vá lá pegar mais cerveja pra gente. – mandou Lenita. O guitarrista obedeceu e ela elogiou-me: - Parabéns, você toca e canta muito bem!
- Obrigado, mas... Gente, não tô entendendo!
- Não tá entendendo o quê, querido? – Lenita perguntou, docemente.
- Bom, primeiro: por que vocês me trouxeram pra cá? Do nada! E eu não toco e muito menos canto bem. Sou desafinado!
- Não é nada, Matias. – discordou Góes. – Até as sapatas gostaram...
- Já falei, não chame elas assim... – repetiu Lenita, impaciente.
- Porra, Lenita! Não é preconceito! – gritou Góes.
- É claro que é! – ela retrucou.
- Então quer dizer que se eu chamar o Jones e o Matias de “pretos” será racismo?!
- Vai ser sim, dependendo do tom...
- Ora vá tomar...
- Ei, olha o palavreado! – censurou Jones, trazendo outra cerveja e mais dois copos. Servindo Pacheco e Ian, ele foi seriamente objetivo: - Vamos logo ao que interessa, gente. Matias deve tá achando tudo isso muito confuso. – eu assenti. – Mas é simples, cara, queremos você como letrista e vocalista para a nossa banda.
- Como é que é? – perguntei, incrédulo. Aquilo deveria ser alguma pegadinha ou uma brincadeira de muito mau gosto. Os Musicais não estariam me chamando para ser integrante da banda, não eu, que nem tinha uma voz bonita e só escrevi uma canção. Eles estavam gozando com a minha cara.
- Não estamos te zoando, cara. – adiantou Góes, como se estivesse lendo meus pensamentos. 
- Então vocês devem bem desesperados. - conclui.
– Também - ele riu e continuou. - A Lenita é a nossa vocalista, mas ela também é professora e ganhou uma bolsa para iniciar o mestrado dela. Ou seja, ela não vai mais estar sempre disponível para os shows.
- Mas eu só tenho essa música, e não tenho voz. Falando sério, vocês precisam limpar essas orelhas. – brinquei, bebendo mais da cerveja. Pacheco soltou uma risadinha:
- Você é afinado, Matias. Claro que pode melhorar, mas isso vem com o tempo. E não vai ser do dia pro outro, vamos ensaiar bastante até que nós tenhamos certeza de que você esteja pronto para subir no palco.
- É verdade, cara. – concordou Jones. – Nós estamos há um bom tempo na estrada, mas mesmo assim não sabemos tudo. Ninguém sabe tudo e os que dizem que sabem são mentirosos. Estamos sempre aprendendo, errando, crescendo, se aperfeiçoando. Tem que ter humildade e profissionalismo para admitir isso, que a cada dia é um novo aprendizado. E que música boa e música ruim há em todos os gêneros musicais. Nunca pense que um estilo é melhor que o outro. 
- Não exagera, Jones. Tem uns funks aí que, puts... - Góes retorquiu. 
- Tá, há exceções. 
- Mas ser músico é isso, Matias. Temos que estudar todo dia, aprender um com o outro. Não podemos ficar parados. – concluiu Ian, levando, depois, o copo de cerveja à boca, cordialmente.
- E nós estamos falando sério, Matias. – lembrou Pacheco. – Você sabe que nós tocamos rock nacional e internacional e também já tocamos outros estilos musicais, não é? Mas dessa vez vamos mudar um pouco. Queremos tocar músicas autorais, agora.
- O problema é que de todos nós, o único que tem um pouco mais de tempo e inspiração aqui é o Ian. – disse Lenita. – Mas só um compondo não dá.
- Por que só ele tem tempo e inspiração pra compor? – perguntei, curioso.
- Porque ele é o mais romântico entre nós todos aqui. – respondeu Jones, abraçando o baixista, que, finalmente, esboçou um sorriso. – A última música que ele criou se chama “Conversas ao sereno”. E é linda... – de repente, de um modo apaixonado, Jones começou a cantar:

Você já está cansada de me ouvir dizer
Que algo me chama sem você
Eu quero mais... Eu quero mais... Muito mais... [2]

E todos, ao mesmo tempo, fingiam tocar um instrumento, como se fosse a parte mais agitada da música.
- E também é muito crítico. – ressaltou Pacheco, finalizando a cantoria e enchendo meu copo de cerveja. – Ian faz umas letras com um cunho mais politizado que são geniais, também.
- E nós, além de não termos muito talento pra compor, também temos outros trabalhos, além da música. – explicou Góes. – Lenita e eu somos professores; ela de Inglês e eu de História. O Pacheco tem um estúdio musical, grava pra outros artistas também, e é contador. Jones é estudante de administração, quase formado e estagia com o tio dele. Ian estuda Educação Física, também está estagiando, porém é o menos enrolado de todos nós.
- Ah tá... Eu pensei que vocês ganhassem a vida somente com a música. – comentei, sem jeito.
- Ainda não dá, por enquanto. Só por enquanto. – Góes, com veemência. – Mas se eu pudesse, viveria somente da música.
- É a nossa meta. – o guitarrista, bebendo mais um pouco.
- Ah, mas não ganhamos mal, fique sabendo. – garantiu Ian.
- Sério? Meu pai diz que músico ganha mal pra caramba e não tem como se sustentar. – eu disse, com sinceridade.
- Seu pai não é o único que pensa assim, meu ídolo, infelizmente. – Pacheco, com tristeza. – Nós cobramos caro por cada show nosso, afinal, os equipamentos e instrumentos são de primeira qualidade e a maioria de nós já tem alguma experiência no ramo. Eu digo isso porque tem músico que cobra pouco, ou às vezes, aceita bebida como pagamento, e isso desvaloriza totalmente o trabalho. Quando se está começando, tudo bem, é aceitável que se acerte um valor mais modesto, porém sem exageros.
- Verdade. Nisso ele tem razão. – anuiu Lenita, bebendo também. - A gente enfrenta muitos desafios, preconceitos, como qualquer músico. 
 - É uma luta diária, mas acredite: não tem coisa melhor do que estar em cima do palco. – continuou Pacheco.
- É verdade, cara. – concordou Jones, pensativo. – Quando eu piso no palco, empunho minha guitarra e faço soar o primeiro acorde, que na maioria das vezes já arranca alguma emoção do público, sinto todas minhas forças se renovarem. Não tem coisa melhor. [3]
- Jones tem razão. – disse Góes. – Você vê que a plateia entra em êxtase com cada batida da bateria, cada nota, cara... O seu dia pode ter sido o pior de todos, mas se o seu público, seja ele de dez, cem ou de mil pessoas, se o público curtir, você curte também.
- Isso mesmo, Matias. – foi a vez de Lenita – Toda aquela pressão dos dias caóticos e turbulentos vai embora, ressaltando de forma ainda mais intensa a nossa missão aqui na Terra: cantar e – ela apontou para os colegas – tocar. Tocar não só o nosso instrumento, mas, acima de qualquer coisa, o coração e alma das pessoas [4].
- Cara, - Ian tocou em meu ombro e disse: - essa incrível arte de combinar os sons é de outro planeta. Nem todos a valorizam como deveriam, mas o importante é que nós a valorizamos, que nós a respeitamos. Você trabalhando com dedicação, vontade e respeito, tudo será recompensado depois.
- Trate a música com respeito e ela te recompensará. – filosofou Pacheco, sorrindo. Eu estava deslumbrado. Meu pai acharia tudo o que eles disseram uma babaquice, mas para mim foi admirável. Por serem músicos, eles levavam o trabalho com mais seriedade e dedicação do que poderia supor. Eu já me imaginava tocando ao lado deles nos shows em Luz Dos Olhos. No entanto, ainda era muito cedo para pensar nisso.
- Mas e você? Faz o que da vida, Matias? – perguntou Lenita, interessada. – Você já tem dezoito anos, né?
- Já, fiz esse ano. – e bebi mais um pouco. – Já conclui o Ensino Médio, mas farei o cursinho para o vestibular.
- Que profissão você quer seguir? – perguntou Lenita.
- Ainda não sei. Eu passo a maior parte do meu tempo tocando violão, aprendendo músicas novas. Vou ser sincero: meu pai me deu esse violão no ano passado, mas ele não imaginava que eu fosse gostar tanto e hoje em dia sou viciado, não consigo parar de tocar. Ele me dá uma bronca por dia só porque eu não largo mais o Petron.
- Preton? – ela perguntou.
- É o nome do violão. Ele é meu parceiro.
- Senti isso quando te vi tocando. – Góes falou. – Deu até vontade de tocar minha bateria agora. – ele batucava algo invisível.
- Vocês conhecem o Fael? Do vocalista a banda Atroz? – perguntei e eles responderam que sim. – Ele é meu primo e foi quem me ensinou a tocar violão.
- Curto muito o som da Atroz. – enalteceu Góes. – O guitarrista dele, o Luc, é foda! Eu soube que ele tem um irmão mais novo, mas não segue o caminho musical do irmão.
- Eu sei quem é. – contei. – Ele é um guitarrista e tanto, mas o que eu quero mesmo é ser baixista.
- Sério? – Ian me olhou, contente e surpreso. – Matias, que demais! Faz tempo que não encontro alguém que curtisse o baixo!
- Eu curto, cara. Pra mim, o baixo é uma ponte entre o ritmo e a harmonia. – opinei [5].
- Exatamente! – Ian se levantou do sofá, animado. – É o swing e o groove do baixo que fazem as pessoas dançarem. Se desligar o baixo, a música é anulada! E é isso que eu mais gosto em ser o baixista: poder dar essa contribuição com o restante da banda; ser o apoio e junto com a bateria formar a cozinha da banda, mas sem abrir mão do solar. – ele destilou sua vocação, empolgado. - Entre pra banda e eu te ensino a tocar, Matias! [6]
- Na verdade, Matias, todo músico que se prese, tem que saber tocar um pouco de cada instrumento, mas ser especialista em um. – explicou Pacheco. – Fael ou Luc já devem ter te dito isso. Eu também sei um pouco de guitarra e de violão, mas é o som do teclado que me eletriza e há muito tempo.
- E os meus lances são os tambores e os pratos. Sem a minha bateria não sou nada! – vibrou Góes, bebendo mais um gole de cerveja.
- E a minha paixão é a guitarra. – Jones secou mais um copo. – Você precisa ver a minha coleção! Tenho quatro, cara, e...
Mas algo o interrompeu. Era meu celular. Meu pai deu um berro, querendo que eu voltasse pra casa, pois já estava tarde. Verifiquei o horário e levei um susto: passava da meia-noite. Avisei aos músicos que eu precisava voltar logo, antes que eu levasse uma bronca dos meus pais. Eu tinha dezoito anos, porém era como se ainda tivesse oito.
- Eu te levo em casa. – avisou Góes. – Mas pensa bem no nosso convite.
- Ficaríamos muito contentes se você entrasse pra banda, garoto. Ao menos como letrista, por enquanto. – sorriu Nelita. Góes e Pacheco me disseram o número de telefone deles e adicionei na agenda do meu celular. Despedi-me de um por um com um abraço e certifiquei que daria a resposta o quanto antes. Góes levaria a mim e Jones em casa, e no caminho eles ainda cantarolavam a música de Ian:

Você já está cansada de me ouvir dizer
Que algo me chama sem você
Eu quero mais... Eu quero mais... Muito mais... [7]

Chegando em casa, irritei-me pois meus pais nem notaram a minha presença. Fui logo para o meu quarto, troquei e roupa, guardei Preton e fiquei pensando no que acontecera. Parecia mais uma ilusão: os músicos da banda Musicais me chamaram para ser o letrista, o possível vocalista deles e ainda iria aprender a tocar baixo. Isso tudo porque minha prima desabou no choro devido ao pé na bunda que deu no namorado grudento e por eu ter sido praticamente expulso de casa por meu pai por tentar compor uma canção. Eu estava quase aceitando o convite dos músicos, mas para isso eu precisava de uma opinião de fora. Ou nem tão de fora assim.
Em uma mensagem de texto expliquei ao meu primo Fael tudo o que ocorreu naquela noite, que eu estava feliz e ao mesmo tempo inseguro em aceitar o tal convite para participar da Musicais. Eu teria que enfrentar a fera do meu pai, porém era o único jeito de eu realizar meu sonho. Apesar de honrada e digna a da profissão de um músico, ainda era arriscada. Mas eu estava quase aceitando. Faltava-me apenas um empurrão.
Na manhã seguinte, recebi uma mensagem de texto de Fael:

Fale, meu primo! Estou muito feliz por você, Matias! Os caras da Musicais são foda! Então, a minha opinião vai numa frase que o Luc, o guitarrista aqui da Atroz, costuma dizer: “A música alimenta o espírito e nos liberta das piores coisas desse mundo!”. Liberte-se para a vida e aceite esse convite. Se não der certo, você pula fora. E se der, que eu sei que vai dar, aproveite, cresça e produza muita música boa, pois o mundo está precisando. Ah, Luc está aqui com muita inveja, pois ele sempre tentou ensinar ao Tadzo, irmãozinho dele, a tocar violão, mas nunca deu certo. E você, meu primo, aprendeu e vai até entrar pra uma banda, haha! Grande abraço, primo!
Depois que li a mensagem, liguei para Góes e ele logo perguntou:
- E então, Matias, você vai ser mesmo o nosso futuro letrista e vocalista?
- O que você acha? – devolvi a pergunta, rindo de tanta alegria que não cabia em mim.



































[1] FREITAS, CRIS. CANSEI DE VOCÊ. DIREITOS RESERVADOS.
[2]DORNELLES, RODRIGO. CONVERSAS AO SERENO. https://www.youtube.com/watch?v=v46OfPcSpLo
[3]PASTANA, JACKSON. https://www.facebook.com/photo.php?fbid=907344712689046&set=a.863476420409209.1073741832.100002405775477&type=3&theater
[4]PASTANA, JACKSON. https://www.facebook.com/photo.php?fbid=907344712689046&set=a.863476420409209.1073741832.100002405775477&type=3&theater
[5] MIAGI JUNIOR. Texto para o conto.
[6] MIAGI JUNIOR. Texto para o conto.
[7]DORNELLES, RODRIGO. CONVERSAS AO SERENO. https://www.youtube.com/watch?v=v46OfPcSpLo

Comentários

Thiago Cruz disse…
Uma homenagem e tanto ao Dia do Músico. Assim como o protagonista desse referido conto, você ofereceu o que sabe fazer de melhor. No seu caso, escrever.
Gostei bastante da estória de Matias e dos Musicais! Personagens interessantes que nos fazem imaginar as aventuras que já viveram juntos como banda.
Parabéns aos músicos e a você, que nos deu esse texto.

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